Desenvolver pessoas para criar equipes harmônicas e competentes é um grande desafio para as empresas, sobretudo para os líderes.
Quando isso não acontece, eu costumo perguntar nas empresas sobre os motivos que dificultam o trabalho em equipe.
Geralmente, as respostas são sempre parecidas: problemas de comunicação interna, o estilo de liderança utilizado, ausência de feedbacks e, inclusive, a falta de comprometimento das pessoas.
Estes quatro itens são quase sempre citados quando trabalhamos com lideranças e suas equipes. E eu gosto sempre de chamar a atenção para a questão do comprometimento, porque olhamos para essa palavra de uma forma sempre unilateral, ou seja, o líder afirmando que a equipe ou algumas pessoas não são comprometidas.
Claro que faz sentido e isso acontece muito. Percebo que há muita gente descomprometida com o seu trabalho.
Vou além: tem muita gente descomprometida com sua carreira, sua família e com os seus sonhos.
Esse é um dos pontos que sempre ressalto quando converso com lideranças, pois é difícil influenciar positivamente uma pessoa, para que ela tenha comprometimento com o trabalho, quando há falta de comprometimento até para com as outras esferas da sua vida.
Mas, é preciso olhar também para o conceito de falta de comprometimento.
Estamos habituados a avaliar o comprometimento de alguém a partir de questões muito básicas, como por exemplo:
- A pessoa chega no horário?
- Nunca falta?
- Faz as suas entregas?
- Não “cria problemas” com os outros?
Quando a resposta é sim para todas essas questões, costumamos dizer que a pessoa tem comprometimento. Isso faz sentido porque hoje em dia estamos valorizando demais essas questões básicas, visto que o cumprimento dessas questões tem se tornado raro.
Só que o comprometimento é bem mais do que isso.
Comprometimento exige participação e envolvimento em coisas que vão além do contrato de trabalho e daquilo que a gente é pago para fazer. Afinal, se não contribuímos e participamos, perdemos o direito de fazer críticas ao que é feito e aqueles que fazem.
Nesse ponto, a liderança exerce um papel fundamental, pois o comprometimento é motivado pelo exemplo.
O líder consegue o comprometimento das pessoas sendo ele o primeiro a deixar claro para a sua equipe que está comprometido com o trabalho, com a empresa e com a própria equipe.
Isso motiva as pessoas a olharem para si mesmas e se questionarem a respeito de suas atitudes no que diz respeito ao seu comprometimento.
É claro que nem todos ficarão sensibilizados pelas demonstrações de comprometimento do líder. Mas, acredite: a maior parte das pessoas irá se engajar ainda mais a partir do comprometimento demonstrado pelo líder.
Tarefa difícil para o líder, eu sei. Porém, esse é o tipo de liderança que o século 21 exige e, essa mudança, somente acontecerá se as pessoas fizerem um esforço verdadeiro para mudar.
E volto a lembrar: uma pessoa que se torna comprometida com o seu trabalho certamente irá levar esse comprometimento para as outras partes da sua vida.
É por isso que eu digo que as empresas têm um potencial formador e transformador muito grande na vida das pessoas e o líder acaba sendo um dos principais autores desta transformação!