Há alguns dias eu estava falando com um cliente, num processo de Coaching, e ele me fez uma pergunta interessante: como saber quando é a hora de desistir? Esse é o tipo de pergunta para a qual a gente não tem resposta pronta. Quero dizer, ao menos eu não tinha uma para dar.

Então, a minha primeira reação foi fazer aquela cara de emoji que está pensando sobre o assunto. E a minha segunda reação foi questionar o motivo da pergunta dele, até porque o Coach sou eu e quem deve fazer as perguntas sou eu! (brincadeirinha, não falei isso para ele!).

Mas, confesso que eu devolvi a pergunta dele com outra pergunta: será que há uma hora certa para desistir? Na realidade, convido você a refletir sobre esse assunto (e ficarei feliz em receber as suas respostas sobre esse tema).

A pergunta do meu cliente foi poderosa porque toca num ponto polêmico das nossas vidas: a desistência. São inúmeros os vídeos motivacionais e as frases de efeito que a gente encontra por aí que nos estimulam a seguir sempre em frente, a nunca desistir. Eu concordo com tudo isso; até porque se eu não acreditasse, dificilmente você estaria lendo essas linhas hoje.

Eu acho que desistir é um verbo que a gente deveria evitar ao máximo de conjugar. É um verbo que a gente deveria manter afastado do nosso dia a dia. Só que, ainda assim, eu acredito que há situações das quais a gente deva desistir mesmo. Principalmente daquelas que têm sido nocivas para nós – um emprego, relacionamento, maus hábitos, etc.

Só que o ponto principal da nossa relação com o verbo desistir não está somente em saber do que e quando desistir, mas sim do que vamos colocar no lugar daquilo que desistimos.

Vamos desistir de hábitos ruins para adotar hábitos bons? Vamos desistir de um emprego que não nos faz bem para procurar por um que faça? Vamos deixar de conviver com pessoas nocivas para ter ao nosso lado pessoas mais positivas? Ou vamos, simplesmente, desistir?

E se a situação pela qual estamos passando não for um caso de desistência, mas sim de persistência? A diferença entre essas duas palavras não está apenas na atitude. Está em ter a sabedoria de dar um passo para trás para dar dois para frente. Está em saber que as mesmas ações irão somente dar os mesmos resultados.

Persistir significa continuar tentando, mas de outra forma e com outras abordagens. Persistir é uma forma de evitar o uso do verbo “desistir”.

Mas, se não tiver jeito e a desistência for a melhor opção, penso que faz mais sentido utilizar o verbo “desistir” ao lado do verbo “recomeçar”. É como diz o velho ditado: para todo fim, há um recomeço! Quer dizer que na desistência pode estar o nosso novo começo.

Já ia me esquecendo! Talvez você queira saber qual foi a resposta que eu dei para o meu cliente quando ele perguntou sobre a hora certa de desistir. É óbvio que a minha resposta não foi todo esse texto que você acabou de ler… Essas reflexões vieram depois, quando eu me pus a pensar sobre o assunto.

Minha resposta para o cliente foi um convite para uma ação poderosa: vamos refletir sobre esse assunto juntos?

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