Transcrição do episódio "99 – Conhecimento É Poder"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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CONHECIMENTO É PODER
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Essa é uma das frases mais emblemáticas da história da filosofia e da ciência. Foi o filósofo inglês Francis Bacon que falou essa frase, lá no finalzinho do século 16. Assim como boa parte dos filósofos que surgiram durante o começo do Iluminismo, Francis Bacon estava muito à frente do seu tempo. E como todo bom filósofo que viveu na mesma época de Galileu Galilei, Giordano Bruno e outros, Francis Bacon tinha um espírito muito crítico, que o levava a querer mudar tudo o que havia em sua época. Se dependesse dele, a filosofia, a ciência, a religião e até a política seriam completamente reformadas.
Não é de se estranhar, pois o mundo havia mudado muito no século 16. Martinho Lutero tinha promovido a Reforma Protestante, Leonardo da Vinci havia impressionado o mundo com a sua arte e a sua ciência e Nicolau Maquiavel tinha desenvolvido teorias importantes sobre a política e os estados. Tínhamos acabado de começar a colonizar o continente que Cristóvão Colombo havia descoberto e, vejam só, tínhamos recém descoberto que é a terra é redonda e que ela é que gira em torno do sol.
É muita coisa, não é mesmo? Você já chegou a pensar como seria a nossa vida se fizéssemos descobertas deste tipo nos dias de hoje?
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O mais interessante é que temos o potencial para fazer descobertas ainda mais grandiosas. Melhor ainda é saber que a humanidade tem feito descobertas fantásticas nos últimos anos, o que mostra que quanto mais conhecimento nós temos, maiores são as nossas possibilidades. Só que eu não me refiro somente ao conhecimento científico ou aquele conhecimento que aprendemos na escola ou nos livros. Estou me referindo ao conhecimento no sentido de saber o porquê das coisas.
Cada vez mais temos nos perguntado qual é o sentido das coisas que fazemos. Por que vivemos do jeito que vivemos? Por que trabalhamos como trabalhamos e no que trabalhamos? Essas questões fazem parte da tal da busca pelo propósito, e a resposta para estas perguntas tem se tornado cada vez mais importante para as nossas vidas.
Digo isso porque as empresas precisam mostrar a importância das atividades executadas pelas pessoas para que elas consigam ver um propósito no que fazem. Quando essa importância não fica clara, tudo o que as pessoas vão perceber é que elas fazem parte daquela lógica antiga do trabalho, pautado em atividades rotineiras, pouco desafiadoras ou extremamente operacionais. Talvez elas se sintam parte daquele filme Tempos Modernos, no qual Charles Chaplin satiriza essa forma de organizar e gerenciar as pessoas e atividades.
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Mas é importante deixar claro que o problema não está na forma como trabalhamos. O problema não está na divisão de tarefas, pois essa forma de organizar o trabalho é herança da Segunda Revolução Industrial e graças a ela que a produtividade das pessoas e das empresas cresceu significativamente no último século. Esse modelo é vigente, faz sucesso até hoje e não há no horizonte formas alternativas que pareçam ser mais eficientes e que possam substituir essa tradicional forma de organizar o trabalho.
O problema não está neste modelo de trabalho, mas sim na forma como lideramos as pessoas nesta forma de trabalhar. Não é segredo que, para muita gente, a motivação principal para o trabalho está baseada na possibilidade de alcançarem seus próprios objetivos e interesses. Essa motivação materialista que as pessoas têm não pode ser criticada, até porque a gente precisa do trabalho para conseguir adquirir as coisas que consumimos. É a nossa subsistência que está em jogo.
Também não podemos criticar essa motivação materialista porque ela é, muitas vezes, gerada pela própria organização porque seus gestores e líderes falham em compartilhar informações básicas para a execução das atividades. Falham quando não compartilham os propósitos organizacionais da empresa (missão, visão e valores), falham quando não zelam por um bom ambiente de trabalho e por não envolver as pessoas na geração de conhecimento e resolução dos desafios que existem dentro da organização. Falham porque não se dão conta de que em todos os meios sociais há pessoas inteligentes.
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O mais interessante é que, de fato, o conhecimento é poder. Só que eu me permito interpretar essa frase do Francis Bacon de duas formas distintas, pois o dicionário nos ensina que a palavra poder significa possibilidade e influência. Quando falamos na relação entre conhecimento e poder, é bem provável que as pessoas vão olhar somente para a questão da influência. Vão entender que conhecimento é poder porque dá para a pessoa a autoridade, a capacidade de mandar e desmandar. Muitos vão entender que esse poder é usado somente para subjugar os outros.
E quem pensa assim tem razão, pois esse tipo de relação entre conhecimento e poder é uma realidade nas organizações porque a estrutura hierárquica e o estilo gerencial de muitas empresas fazem com que esse tipo de poder prolifere. E eu devo confessar que acredito que há momentos em que esse tipo de poder deve ser exercido nas organizações, ainda que de forma moderada.
No entanto, eu penso que faz mais sentido pensar no outro significado da palavra poder: possibilidade. Esse conceito surge quando utilizamos o verbo poder para afirmar “eu posso”. Isso está diretamente relacionado ao livre-arbítrio, à nossa capacidade de escolher e de aprender e de tomar as melhores decisões. Da mesma forma, o conhecimento com a conotação de possibilidade envolve treinar e desenvolver as pessoas para que elas possam fazer as suas atividades da melhor forma possível. Quando o conhecimento passa a fazer parte das pessoas, aumenta significativamente o número de possibilidades da equipe porque o aprendizado provoca o desenvolvimento constante das pessoas e, com isso, há um sensível aumento na versatilidade, polivalência, satisfação e, claro, na produtividade e resultados das pessoas, equipes e empresa. Eu acredito que nas empresas este é o sentido que deveria predominar quando falamos da relação entre conhecimento e poder e de desenvolvimento humano.
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O líder é um agente fundamental para fazer com que isso ocorra. Quando o líder entende que parte do seu papel é coordenar os esforços individuais em prol da sinergia da equipe a fim de elevar o desempenho de todos, o seu conhecimento será indispensável para a produtividade da equipe por dois motivos: irá servir como exemplo de desenvolvimento pessoal para as demais pessoas e irá mostrar como é importante compartilhar o conhecimento adquirido. Só assim o conhecimento se tornará uma verdadeira vantagem competitiva.
Importante lembrar também o que dizia um dos pais da Administração, Henri Fayol: o melhor instrumento não dispensa o artista. Essa afirmação é sábia porque na maioria das vezes não é o líder o maior especialista em cada uma das atividades realizadas em sua equipe. O que Fayol queria dizer é que a grande habilidade do líder consiste em reger os músicos da orquestra para que cada um tenha a melhor performance possível. Também significa que o líder precisará conhecer um pouco de cada instrumento. Deve atender e ser solícito quando uma pessoa apresentar dificuldades para a execução de determinada operação, mas deve ficar atento para não focar somente no lado operacional das atividades sob pena de perder o fio da meada da condução da equipe como um todo.
O líder precisa também saber como receber as críticas sobre o modo como as atividades da sua equipe precisam ser conduzidas. Ao líder cabe ouvir e convidar a equipe a construir um método de trabalho diferente, pois assim ele estará trabalhando o empoderamento da equipe, deixando claro que a participação de cada um é fundamental para gerar novas ideias e novos conhecimentos. Desta forma, o líder estará aplicando na essência aquela relação de conhecimento e poder que tem a ver com possibilidades, mas sem perder também a relação de conhecimento e poder que tem a ver com influência.
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Fala galera do Coachitório Online!
Essa temporada também traz algumas diferenças na forma como nós vamos terminar cada episódio. Vou deixar uma questão para você refletir e uma questão para você responder ou comentar. Esse insight surgiu porque acabamos percebendo que cada texto (ou cada episódio) tem várias passagens que são interpretativas, que dependem da forma como você analisa. Então, em cada episódio, eu vou convidar você a refletir um pouco mais sobre um pedacinho do nosso podcast.
No episódio de hoje, eu comentei que quando o conhecimento passa ser uma parte mais constante da vida das pessoas, aumenta significativamente o número de possibilidades da equipe que ela faz parte porque o aprendizado provoca o desenvolvimento constante do ser humano e, com isso, há um sensível aumento na polivalência, satisfação e, claro, na produtividade e resultados das pessoas, equipes e empresa.
E eu também tenho uma pergunta para lhe fazer: com base em tudo o que falamos aqui sobre conhecimento e poder, é possível afirmar que o conhecimento torna as pessoas mais produtivas e motivadas? Por quê?
Pense a respeito destas questões e compartilhe a sua opinião com a gente.
Esse é o Coachitório Online. Obrigado a você que sempre acompanha os episódios semanais do nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. Para você que está chegando agora, seja bem-vindo. Estamos na quinta temporada e eu te convido a conhecer todas as temporadas do nosso podcast.
Também tenho um pedido para você: sabe aquele episódio que marcou você, aquele que você mais gostou. Pois é, compartilhe este episódio com os seus amigos nas suas redes sociais. E lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que acompanha o Coachitório Online. Também te convido a deixar a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!