• 4ª Temporada
  • Grandes Lições de Grandes Personagens

  • A quarta temporada teve inspiração em grandes personagens das séries, da TV e cinema. Ao assistir ao seriado La Casa de Papel, eu aprendi com o Professor algumas lições sobre planejamento, formação de equipe e liderança. Foi o ponto de partida para fazermos uma temporada completa sobre as grandes lições de grandes personagens.

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92 – Alice no País das Maravilhas

Umas das maiores obras da literatura, retratada em desenhos animados, no cinema e fonte de várias metáforas, que são amplamente utilizadas no cinema e no meio organizacional. Tanto é que algumas metáforas têm sido utilizadas ao longo das temporadas do Coachitório Online! Muito mais do que um livro infantil, cheio de magia e ilusionismo, Alice no País das Maravilhas nos leva a pensar sobre as tocas de coelho que encontramos ao longo da vida e nos recusamos a entrar. Nos faz lembrar da importância do autoconhecimento quando o gato nos diz que qualquer caminho serve para a pessoa que não sabe para onde ir. Muitas lições e provocações estão sutilmente escondidas nesta excelente obra!

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Transcrição do episódio "92 – Alice no País das Maravilhas"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Você já percebeu que eu entreguei de cara a personagem que vai estar com a gente no episódio de hoje do Coachitório Online. Ela mesma, a Alice, que encontrou o país das maravilhas. Tudo isso porque ela decidiu seguir um coelho e entrar em sua toca. Essa obra é riquíssima em ensinamentos, lições e metáforas. As lições que podemos aprender e aplicar nas organizações e nas nossas carreiras fazem com que Alice no País das Maravilhas seja uma das obras mais citadas no meio corporativo.

Mas, como já é de costume nesta quarta temporada do nosso podcast, primeiro vamos falar um pouquinho sobre a obra em si. Alice no País das Maravilhas é um livro clássico, que foi escrito no ano de 1865 pelo britânico Charles Dodgson, mais conhecido pelo seu nome artístico: Lewis Carroll. O autor era um verdadeiro artista. Ao longo de sua vida, ele se dedicou a produzir contos, fábulas, poemas e histórias fantásticas, mas não há dúvidas que Alice no País das Maravilhas (e a continuação deste livro: Alice Através do Espelho) são os livros mais populares do escritor. Aliás, são tão populares que logo após o seu lançamento, Alice no País das Maravilhas teve milhares de cópias vendidas e acabou sendo rapidamente traduzido para 50 idiomas, o que era um verdadeiro recorde para a época e um número expressivo até hoje.

Em 1951, os estúdios Disney lançaram a primeira versão de Alice no País das Maravilhas em desenho animado e em 2010 a Disney lançou novamente esta obra, desta vez em um formato de live action dirigido pelo cineasta Tim Burton.

Lewis Carroll era um grande fã de mistérios e ilusionismo, tanto é que até hoje tem muita gente que se dedica a identificar as mensagens subliminares que o autor deixou nas 35 mil palavras que fazem parte da história original. É por isso que esta obra inspira tantas lições e insights para o meio organizacional. Prova disso é que no Coachitório Online já fizemos algumas referências a este filme. No episódio #85, no qual nós falamos sobre o pirata Jack Sparrow, eu comentei que um dos papéis mais marcantes do ator Johnny Depp foi o Chapeleiro Maluco, que ele desempenhou no live action lançado em 2010. Também falamos sobre a história de Alice no episódio #77, quando falamos sobre Neo e a Matrix e a famosa frase “siga o coelho branco”.

Tudo isso permite me leva a concluir que Alice no País das Maravilhas é um clássico não só porque é uma boa história, por causa dos seus mistérios ou da magia dos seus personagens. Esse livro é um clássico porque até hoje é utilizado por vários outros autores em suas próprias obras.

Ok, só que vamos lembrar que Alice foi escolhida para o episódio de hoje para cumprir a missão do Coachitório Online, que é a de levar informação e conhecimento relevantes para a vida e a carreira das pessoas. Ela é querida, a história é fantástica, mas vamos aos ensinamentos que esta obra nos traz.

A primeira grande lição que a história nos mostra tem a ver com curiosidade e decisão. A história nos conta que Alice estava entediada, em um dia sem graça, quando, do nada, ela vê um coelho branco vestido de colete correndo pelo jardim. A cena chama a sua atenção e ela decide seguir o coelhinho até a sua toca. Essa é a clássica cena do “siga o coelho branco” que eu comentei há pouco. Curiosa e decidida, Alice acaba caindo na toca do coelho e logo descobre um mundo completamente diferente, estranho para ela.

Você já reparou quantos coelhos brancos de colete passam correndo na nossa frente ao longo da vida? Com quantas tocas de coelho você já se deparou? Eu uso muito essa passagem do livro para mostrar que coisas diferentes acontecem com muita frequência diante dos nossos olhos. A gente até repara, mas acha tão surreal que duvida que é verdadeiro. Aquela proposta para um emprego melhor. Aquela oportunidade de promoção ou aquele sonho que você tanto deseja pode passar diante dos nossos olhos, mas a gente custa a acreditar que é verdade. Às vezes, chegamos a dizer que “é bom demais para ser verdade”.

Se Alice não fosse curiosa, ela não teria seguido o coelho branco. Se não fosse decidida, não teria optado por ficar e descobrir tudo o que aquele mundo fantástico tinha para oferecer. E o coelho branco segue passando diante dos nossos olhos.

Em outra passagem da história, Alice está caminhando na floresta e encontra um cogumelo. Sobre o cogumelo tem uma enorme lagarta azul, que logo pergunta para Alice: “quem é você?” Naquele ponto da história, muita coisa já tinha acontecido com Alice, ao que ela responde: “Não sei mais quem eu sou, porque já mudei bastante desde que cheguei aqui. Meu tamanho aumenta e diminui toda hora e eu não sei mais como eu sou. Então a lagarta pergunta: “De que tamanho você quer ser?” e Alice responde: “não importa, desde que eu não precise ficar mudando o tempo todo!” E a lagarta sabiamente responde: “Então eu não sei quem você é!”

Aqui estamos falando de mudança. É lógico que esta é mais uma metáfora, que deve ser analisada sob a ótica do quanto somos resistentes e não gostamos da mudança. Alice mudava muito, mudava constantemente. Mudava de forma, mudava de tamanho. É claro que esse tipo de mudança não acontece em nossas vidas, mas uma coisa é fato: as mudanças têm o potencial de definir quem somos. No meu livro “50 textos” tem uma frase que eu gosto de citar: “A pessoa que topa enfrentar desafios é moldada pelas dificuldades que encontra pelo caminho.”

Somos moldados pelos desafios e dificuldades. Somos moldados pela mudança. O nome disso é resiliência, é a capacidade de adaptação que devemos ter e que é tão necessária para nos adaptarmos ao mundo corporativo e a vida em um contexto geral. Isso até me lembrou de outro episódio do Coachitório Online, o de #41, no qual nós falamos sobre algumas frases de Bruce Lee. Uma delas era: “seja água”. Em outras palavras, tenha a capacidade de se moldar e mudar conforme a água. Até porque, como dizia Charles Darwin, a adaptação e a mudança são essenciais para a evolução e até a sobrevivência.

Até porque eu acredito que a mudança depende muito da nossa perspectiva, da forma como nós a enxergamos. Albert Einstein, ao apresentar a sua teoria sobre a Física Quântica, afirmava que a realidade depende de quem a observa. Assim é com a mudança e com o que nos tornamos, até porque às vezes fica aquela sensação de que somos uma pessoa diante de uma situação e outra pessoa diante de outra situação. Isso é a resiliência, a capacidade de adaptação, a verdade que faz com que sejamos vistos de formas diferentes, dependendo de quem nos observa.

Outra passagem que eu gosto muito (eu até acho que é a minha preferida), é quando Alice encontra um gato sorridente. Os dois começam a conversar até que em um determinado momento, Alice pergunta ao gato: “Você sabe me dizer qual é o caminho que eu devo tomar para sair daqui?” O gato responde com outra pergunta: “Isso depende de para onde você quer ir!” Alice responde: “Não me importo muito para onde eu vou!” E o gato responde: “Então não importa o caminho que você escolher!”

Vamos falar a verdade: é um baita diálogo! Se a gente não sabe para onde quer seguir, tanto faz o caminho que vamos tomar. O caminho que vamos escolher pode estar certo ou errado, só que corremos o risco de descobrir isso tarde demais se não soubermos o que desejamos e aonde queremos chegar.

Na Administração eu gosto muito de usar esta metáfora para falar de velocidade e direção. Eu tenho percebido que cada vez mais as pessoas estão preocupadas com a velocidade com a qual as coisas são feitas do que ter a certeza de que elas estejam sendo feitas corretamente. As pessoas querem fazer escolhas ou tomar decisões para a sua vida ou a sua carreira com uma velocidade muito grande, sem se preocupar em tomar a decisão certa. Igualmente, desejam resultados rápidos, mas sem ter a certeza de que o caminho que tomaram é o mais correto. É bem como a conversa que Alice teve com o gato: se não sabemos aonde desejamos ir, tanto faz o caminho a tomar.

O mundo é veloz e muita gente se diz orgulhosa em fazer parte de uma geração que é rápida porque tudo é rápido. Mas não se dão conta que essa velocidade pode apenas estar fazendo com que ela chegue ao lugar errado mais rapidamente. A velocidade pode fazer com que você vá longe, inclusive para o lugar errado.

Fala, galera do Coachitório Online.

A história de Alice no País das Maravilhas é fantástica por si só. Mas você já deve ter percebido que nesta temporada eu sempre gosto de trazer algumas curiosidades a respeito das obras e dos personagens que visitam o nosso podcast. Com Alice não seria diferente. A ideia para esta obra se originou em 1862, quando Lewis Carroll fazia um passeio de barco no Rio Tâmisa com algumas pessoas. Entre elas estava uma criança de 10 anos, irmã mais nova de duas amigas suas. Durante o passeio, a menina pediu que Carroll contasse uma história, e ele começou a falar sobre as aventuras de uma garotinha que caía na toca de um coelho e assim ia parar em um mundo diferente e mágico. A menina gostou muito da história, tanto é que pediu para que Lewis Carroll a escrevesse para que ela pudesse ficar com o registro das aventuras desta garota.

O pedido da menina foi atendido. Mais do que isso, virou o manuscrito do que viria a se tornar depois o livro Alice no País das Maravilhas. Ah, sabe qual era o nome da menina para quem Lewis Carroll contou a história? Adivinhe só: era Alice. É por isso que eu digo que grandes ideias e oportunidades passam diante dos nossos olhos (que nem o coelho branco), em situações simples e inusitadas. Tudo o que precisamos fazer é prestar atenção ao que está diante de nós.

Esse é o Coachitório Online. Tem muito mais nessa e nas outras temporadas do nosso podcast semanal sobre pessoas, carreira e liderança. Então eu te convido a escolher um episódio para compartilhar com seus amigos nas suas redes sociais. Lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que nos acompanha nessa jornada. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!