Transcrição do episódio "34 – Theodore Roosevelt e o Julgamento"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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Você já deve ter reparado que aqui no Coachitório Online eu gosto de falar sobre frases que foram citadas por políticos e estadistas muito importantes para a nossa história. Já falamos do Abraham Lincoln, do Winston Churchill e hoje vamos falar de um ex-presidente americano que também entrou para a história: Theodore Roosevelt.
Roosevelt entrou para a história porque era uma figura muito ativa. Era muito inteligente e articulado, que proferiu discursos e frases que ficaram marcados na mente de muitas pessoas.
Um desses discursos se chama “Man in the Arena”, ou “O Homem na Arena”, que ele fez na universidade de Sorbonne, em Paris, no dia 23 de abril de 1910. Eu vou tomar a liberdade de ler o trecho mais famoso deste discurso:
“O que importa não é a pessoa que faz críticas; nem aquele que aponta onde foi que tropeçamos ou como poderíamos ter feito melhor. O crédito pertence à pessoa que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está marcado com poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções. Mas ele se empenha em seus feitos; conhece o entusiasmo, as grandes paixões; se entrega a uma causa digna e conhece no final o triunfo da grande conquista. E, se fracassar, ao menos fracassa por ter sido ousado.”
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Roosevelt não era mais o presidente dos Estados Unidos quando fez esse discurso, mas ele era constantemente chamado para falar sobre coisas nas quais ele muito acreditava.
Uma dessas coisas era a perseverança e o valor de lutar por aquilo que desejamos. Outro tema que ele sempre abordava era a questão do julgamento e das opiniões alheias, as quais, segundo ele, não têm valor se as pessoas que criticam não estão igualmente batalhando por aquilo que querem.
É por isso que o Coachitório Online de hoje vai falar sobre Theodore Roosevelt e o julgamento.
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Você, que está me ouvindo agora, já deve ter percebido que cada episódio da segunda temporada do Coachitório Online traz algumas frases de uma determinada personalidade, sobre um determinado tema. Só que hoje vai ser um pouco diferente. Iremos quebrar o protocolo. Ao invés de usarmos algumas frases do Theodore Roosevelt, iremos usar somente o discurso dele como pano de fundo para falar sobre julgamento. Até porque esse discurso, ou melhor, esse baita discurso, contém lições importantes sobre críticas e julgamentos.
Então, vamos lá!
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Um dia desses eu estava ouvindo outro podcast que eu gosto muito – o Boa Noite Internet, do Cris Dias – e num determinado episódio ele citou a palestra de uma professora e pesquisadora americana chamada Brené Brown. Essa palestra virou um documentário no Netflix, chamado “A coragem de ser imperfeito”. Bom, só o fato de ter virado um documentário do Netflix já permite ter uma ideia da dimensão e da importância do tema que ela pesquisa, do impacto da sua palestra e dos livros que ela publica.
A palestra dela é uma mistura de stand-up comedy com palestra motivacional. É muito divertida. E o melhor de tudo: tem conteúdo. Ela tem autoridade e bases científicas para falar sobre o tema.
Só que eu não citei essa palestra da Brené Brown com o intuito de fazer propaganda do trabalho dela ou coisa parecida. Eu citei essa palestra porque, lá no finalzinho, ela também citou o discurso do Theodore Roosevelt que eu comentei no começo desse episódio. E ela explicou o motivo… Eu não quero fazer um spoiler sobre o assunto – até porque eu verdadeiramente desejo que você assista a palestra dela – mas eu preciso comentar o seguinte: a Brené Brown é taxativa com relação às críticas que recebe (e não são poucas). Ela diz que “se você não é aquela pessoa na arena, que também está batalhando e está disposta a correr riscos e até fracassar, você não pode me criticar. Porque eu estou na arena”. Simples assim.
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Theodore Roosevelt foi muito criticado durante seu mandato, porque falava e agia com muita intensidade. Ele dizia que gostava de falar manso, mas estava sempre andando com um porrete. As críticas ao seu jeito de ser nunca o impediram de implantar as ações necessárias que seriam boas para a economia e a sociedade de seu país.
Tudo isso inspirou Roosevelt a escrever o seu célebre discurso, no qual ele deixa claro que não dá ouvidos às pessoas que não estão dispostas a entrar na arena para lutar por aquilo que desejam. Foi isso que inspirou Brené Brown em sua palestra.
Mas tem uma coisa que me incomoda sobre o julgamento: o fato de ele ser “indomável”. O fato do julgamento ser algo difícil de evitar. Pior ainda são os efeitos do julgamento, que podem prejudicar muito uma pessoa.
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Se você não consegue evitar o julgamento, evite a sentença. Essa frase foi dita pela Karina Barretto na palestra que ela fez no TEDx Blumenau em 2019 e eu tenho que confessar uma coisa: essa frase foi libertadora para mim, porque eu sempre achei péssimo esse negócio de ficar julgando as pessoas. Para mim isso fica ainda pior porque eu sou muito crítico comigo mesmo – com meus pensamentos e atitudes sobre julgar outras pessoas e ser julgado por elas. E também porque eu trabalho com o ser humano – no meu trabalho com Coaching, Mentoria e consultoria é fundamental que eu não faça julgamentos.
Bom, aqui estou eu, abrindo o coração para vocês. Mas, graças a frase da Karina Barretto, eu acabei descobrindo que a sentença é muito pior do que o julgamento.
Aliás, antes de mais nada é preciso saber diferenciar o julgamento da opinião. Julgamento é uma coisa, ter opiniões é outra. E esse é mais um insight libertador, porque muitas vezes a pessoa é criticada porque deu a sua opinião sobre um assunto. Só que dar opiniões faz parte do jogo, é um direito nosso. O que devemos evitar é o julgamento, no qual a gente aponta os erros e defeitos das pessoas e, pior ainda, qualifica (ou melhor, desqualifica) a pessoa por conta do que ela fez ou disse.
É preciso ter cuidado com isso, porque um dia somos pedra e no outro, vidraça. A pedra que atiramos quando julgamos e sentenciamos alguém pode, um dia, voltar e quebrar a gente.
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O problema está na sentença… Se você acha difícil controlar o ímpeto de fazer julgamentos sobre as outras pessoas, fica uma dica: procure não dar sentenças. Procure não condenar as pessoas, não desqualifique qualquer ser humano por conta de suas opiniões ou ações. Claro, há aquelas que são criminosas ou imorais, mas para isso existe um fórum adequado… O problema está no nosso dia-a-dia, naquele chefe, colega ou parente para quem a gente torce o nariz por causa das coisas que ele faz ou pensa.
Se os comportamentos e atitudes de alguém não te fazem bem ou se você não concorda com determinadas posturas, afaste-se da pessoa ou diga a ela que você acha que o seu jeito de ser não está sendo adequado. Tudo com muito respeito.
Até porque, como eu disse antes, um dia somos pedra e no outro, vidraça. O que vai, volta. Então, nada melhor do que evitar julgamentos e sentenças para que a gente não se torne vítima do que estamos semeando.
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Muito bem, Coachitório Online. Episódio um pouco diferente hoje, né? Falamos do discurso inspirador de Theodore Roosevelt e passamos por duas palestras feitas no TEDx. Espero que tenham gostado!
Aliás, fica aqui uma dica bem legal para você acompanhar o podcast “Sobre Grandes Conversas”, que acabou de ser lançado e está trazendo um bate-papo bem legal com vários speakers que já passaram pelo tapete vermelho do TEDx Blumenau. Vale a pena conferir.
Apesar de todas as críticas que recebeu durante seu mandato, tem um fato marcante da história do Theodore Roosevelt que é pouco mencionado: ele foi o primeiro americano a receber um prêmio Nobel. Recebeu o Nobel da paz em 1906 por promover um tratado de paz que deu fim à guerra entre Rússia e Japão.
Então, tem muita história e muita coisa legal para falar no nosso podcast. Esse é o Coachitório Online, o nosso podcast semanal sobre carreira e liderança.
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