Transcrição do episódio "33 – Winston Churchill e a Coragem"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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No dia 10 de maio de 1940, toma posse na Inglaterra o mais novo primeiro ministro britânico. O nome dele era Winston Churchill.
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Bom, mas isso não é novidade. Mas o que muita gente não sabe é que a sua ascensão ao poder foi um tanto quanto “truncada”. Ele assumiu o cargo no lugar de Neville Chamberlain, que foi “convidado” a se retirar do cargo porque estava sofrendo muita pressão da oposição.
Vale lembrar que aquela época marcava o início da segunda guerra mundial, e o primeiro ministro Neville estava sendo pressionado pelos opositores porque ele dava a impressão de que a guerra não era tão séria assim e que logo tudo estaria resolvido. Foi só quando o exército nazista de Hitler invadiu a França e encurralou e aniquilou vários soldados ingleses que os políticos do parlamento britânico decidiram colocar um ponto final na carreira do primeiro ministro Neville Chamberlain.
Mas a pergunta era: quem assumirá no lugar? Os políticos decidiram convidar um nobre, chamado Edward Wood – Conde de Halifax. Só que ele recusou. E aí o partido que governava o parlamento britânico se viu diante de um problema: havia somente uma alternativa, um nome que a oposição aceitaria para o cargo: Winston Churchill.
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Ok, mas qual era o problema de indicar Winston Churchill para o cargo? Bom, primeiramente porque ele tinha 65 anos na época e, para muitos, estava velho demais para o cargo. O estilo de vida dele também não ajudava… Ele gostava muito de charutos e não dispensava uma boa bebida, em qualquer local e hora do dia. Mas o problema maior é que Churchill era, vamos dizer assim, irascível. Falava o que pensava. Era uma pessoa extremamente inteligente, mas difícil de lidar. Churchill havia tido uma carreira política e militar bem consistente, mas era frequentemente lembrado como um oficial de exército responsável por perder a Batalha de Galípoli, na 1ª. Guerra Mundial. Essa derrota custou a vida de milhares de soldados britânicos e franceses.
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Mas você já ouviu que o Universo conspira a favor de certas coisas? Já ouviu falar naquela velha máxima: “o que tiver que ser, será?” Pois então! Foi isso que aconteceu com Churchill e a história se encarregou de colocá-lo numa posição de destaque, que faz com que ele seja lembrado até hoje como um dos maiores responsáveis por derrotar o nazismo na segunda guerra mundial e também como um dos maiores estadistas que a Europa já teve.
Muitas adversidades que marcaram a indicação dele para primeiro ministro e ele assumiu o cargo no momento mais crítico do século 20. Foi preciso muita coragem e é por isso que o Coachitório Online de hoje vai falar das lições de coragem que Winston Churchill deixou para nós.
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A primeira frase que eu quero citar é: A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante as demais.
Henri Fayol, um dos patronos da ciência da Administração, afirmava que a coragem para aceitar responsabilidades é uma qualidade moral indispensável para qualquer pessoa, sobretudo para um líder. Embora essa afirmação pareça um tanto óbvia, às vezes eu percebo que a Sociedade está caminhando justamente para o lado contrário do que disse Churchill e Fayol. Muita gente prefere se afastar das responsabilidades porque não assumir responsabilidades e riscos é mais confortável. Muitos preferem ficar no seu canto, vendo, ouvindo e, principalmente, julgando aqueles que assumiram as responsabilidades.
Aliás, vou aproveitar para dar um pequeno spoiler sobre o próximo episódio do nosso podcast, no qual nós vamos falar especificamente de julgamentos.
O mais curioso é que a pessoa que não assume responsabilidades quer coisas melhores para si. Reclama por não estar tendo oportunidades ou porque as coisas não estão dando certo. Reclama da sua falta de sorte (aliás, eu já falei aqui em outro episódio que eu não gosto das palavras “sorte” e “azar”, mas vamos lá!). Enfim, a pessoa quer mudanças para melhor em sua vida, mas não está disposta a assumir as responsabilidades necessárias para que isso aconteça.
Talvez essas pessoas façam o seguinte raciocínio: quem não assume responsabilidades, não arrisca. Quem não arrisca, não erra. Quem não erra, aparece. Quem não aparece, não é criticado ou julgado. Talvez tenham prefiram ficar longe da crítica ou do julgamento alheio.
Mas também ficarão longe daquilo que desejam ou vão invejar aqueles que estão dispostos a assumir as responsabilidades.
Eu acredito que se todo mundo tivesse a coragem de assumir suas responsabilidades, deixaríamos de gastar tanta energia para defesas ou justificativas e iríamos transformar essa energia em algo positivo, para o nosso crescimento.
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Outra frase bem legal do Winston Churchill é: Um problema da nossa época é que as pessoas não querem ser úteis, mas sim importantes.
Essa frase tem um detalhe curioso: Churchill dizia que era um “problema da nossa época”, ou seja, dos anos 30 ou 40. Só que acho que essa frase nunca esteve tão atual…
Mas o que essa frase tem a ver com coragem? Eu penso que a resposta é: para ser útil, é preciso estar apto e disposto a fazer algo. Para ser útil, é preciso que a gente saiba o que vai falar e o que vai fazer. É preciso, principalmente, estar disponível e chamar o jogo para si.
Novamente, é preciso ter coragem para isso.
Nesse ano de 2019 estamos comemorando os 25 anos do Tetracampeonato Mundial de Futebol, conquistado nos Estados Unidos. É legal lembrar daquela final contra a Itália, vencida na disputa por pênaltis. É interessante ouvir as histórias daqueles jogadores. O Romário, o famoso baixinho, foi um dos jogadores que bateu pênalti naquela disputa. Ele acertou a sua cobrança. O mais legal da história é ouvir o Romário dizer que nunca havia treinado cobrança de pênaltis para aquela Copa do Mundo, mas ele sabia que naquele momento ele deveria se apresentar para o serviço. Assim, ele sinalizou para o Parreira – que era o técnico da seleção na época – como se dissesse: “- pode contar comigo!”
Claro que o Romário queria se sentir importante também. Mas acima de tudo, ele quis se sentir útil no momento mais importante daquele campeonato. Ele aproveitou a oportunidade, não fugiu da responsabilidade e encarou o desafio.
Felizmente, deu certo!
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Então é isso, Coachitório Online! Winston Churchill foi um predestinado. E foi muito corajoso, porque é difícil trabalhar num ambiente em que você sabe que não é bem quisto. É difícil colocar qualquer ideia em prática num ambiente em que muita gente está lá somente para jogar contra você.
Ainda assim, Churchill aceitou o desafio e entrou para a posteridade como um vitorioso. Aliás, o seu gesto de “V” de vitória – que ele sempre fazia com as mãos, ficou famoso no mundo inteiro.
Eu torço para que as lições do Churchill sejam inspiradoras para você. Ah, vale lembrar que tem vários outros episódios com grandes lições contidas em pequenas frases que foram ditas por personalidades que marcaram a nossa História. Esse é o Coachitório Online, o nosso podcast semanal sobre carreira e liderança.
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!
