• 7ª Temporada
  • Grandes Lições em Pequenas Frases II

  • Estamos começando uma nova temporada do Coachitório Online! A temática de uma temporada do podcast tem a ver com simbolismos e com metáforas. Tem a ver com encontrar uma forma de falar com o lado emocional das pessoas, pois assim elas se conectam e absorvem mais facilmente aquilo que o lado racional quer aprender e processar. Com esta temporada não será diferente! E a boa notícia é que vamos fazer uma releitura do tema da segunda temporada. Isso mesmo! A nova temporada do Coachitório Online irá trazer episódios que contam grandes lições em pequenas frases.

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191 – Oscar Wilde e a Leveza

Eu costumo lidar com as coisas com relativa tranquilidade e consigo administrar razoavelmente bem as várias fatias que compõem a minha roda da vida. As pessoas ao meu redor costumam dizer que eu transmito uma imagem de leveza e tranquilidade, mas devo dizer que essa imagem requer esforço. Na superfície as pessoas veem minha leveza e equilíbrio emocional, só que o que elas não veem é que sob a superfície tem muita agitação, muita cobrança e responsabilidade para que tudo seja tranquilo, equilibrado e leve.

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Transcrição do episódio "191 – Oscar Wilde e a Leveza"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

Vamos falar de:

LEVEZA

A vida é muito importante para ser levada a sério.

Esse é mais um daqueles textos quase que autobiográficos. Aquele tipo de texto que fala tanto para mim que mais parece uma terapia comigo mesmo. Cai como uma luva para os dias atuais, ou melhor, para os últimos anos. Levar uma vida leve tem sido um tema presente na minha vida somente quando eu olho nas redes sociais e vejo como tem gente proclamando que vive uma vida leve e plena consigo mesmo. E, claro, provavelmente sem ter muitos boletos para pagar… Bom, isso foi só uma brincadeira! Mas o restante é verdade. Viver uma vida leve tem sido uma busca constante para mim. Talvez eu esteja exagerando, porque tem muita gente que olha para mim e afirma justamente o contrário, que admira o jeito tranquilo com o qual eu levo as coisas e a minha capacidade de administrar tudo o que está ao meu redor.

Devo confessar que o que as pessoas observam é verdade. Eu costumo lidar com as coisas com relativa tranquilidade e consigo administrar razoavelmente bem as várias fatias que compõem a minha roda da vida. É bem por isso que eu fico em busca da tal da leveza perdida, porque para produzir o que as pessoas veem na superfície – a tranquilidade e o equilíbrio em tudo o que eu faço – é preciso ter muita responsabilidade. É preciso estar sempre atento. É preciso estar sempre em movimento. E isso cansa. Ao pensar sobre tudo isso, ou seja, sobre a imagem de paz e leveza que eu transmito às pessoas e ao esforço que eu preciso empregar para que isso aconteça, eu penso que sou que nem o pato. Quem olha de fora, vê somente o pato deslizando calmamente pela superfície. Mas ignora que, debaixo da água, o pato agita seus pés de forma muito frenética para conseguir manter aquele movimento.

A analogia com o pato poderia ser outra. Poderia ser aquela de que ele anda, nada e voa, mas não faz nada disso direito. Eu prefiro pensar que não sou assim. Aliás, eu acredito que não sou assim e talvez seja justamente por isso que me cobro tanto e que agito tanto os pés debaixo da água para que as pessoas vejam uma imagem de calma e tranquilidade na superfície. Mas eu tenho que ser justo comigo mesmo e dizer que sou uma pessoa bem equilibrada no sentido da inteligência emocional. Verdade seja dita, as coisas me abalam. Não sou de pedra. Mas eu consigo manejar bem a reação a todas as questões emocionais que as situações provocam, inclusive a pressão, o peso das responsabilidades e a alta cobrança comigo mesmo.

O ouvinte do Coachitório Online já deve ter percebido de que hoje eu estou a fim de falar, não é mesmo? Como de costume, esse episódio, que deve estar indo ao ar no começo de setembro, foi escrito cerca de dois meses antes. Escrevo estas linhas no começo do mês de julho. Só que o tema do podcast de hoje foi planejado muito tempo antes, em meados do mês de março. Foi lá em março que eu planejei escrever um episódio sobre leveza. Escrever um episódio de podcast não é fácil, mas está longe de ser dramaticamente difícil. Depois de quase 200 episódios a gente acaba pegando o jeito, mas tem temas que desafiam a gente. O tema de hoje é um deles.

Tanto é que eu fui e voltei várias vezes no arquivo do Word que contém estas linhas. Comecei, ou melhor, tentei começar esse texto várias vezes. Mas nada fluía, em uma verdadeira espécie de síndrome da página em branco. Até que no dia de ontem veio um insight, a inspiração, o gatilho que eu precisava para começar e terminar o episódio. Eu fui a um evento de música. Uma espécie de festival de bandas de rock. É o tipo de evento que é a minha cara, pois lá eu vi diversas bandas tocando clássicos do rock e encontrei pessoas de um perfil um tanto parecido quanto ao meu. Encontrei conhecidos e tive um dia agradável. Havia um concurso de bandas e, ao anunciar o resultado, o mestre de cerimônias chama a banda vencedora ao palco e entrega um pequeno troféu ao vocalista. E pergunta a ele: “- Qual é o peso deste troféu?” O vocalista responde: “- Mais ou menos duzentos gramas!”

A galera começou a rir, mas o vocalista disse que estava falando sério. Vencer a competição tinha uma importância muito grande e estavam muito gratos por isso, mas a competição e nem o resultado deveriam trazer peso a eles. Muito pelo contrário, o rock deveria trazer leveza e diversão para eles e todos que ali estavam. Essa foi uma daquelas frases acachapantes, aquele tipo de frase que é um tapa na cara para que a gente perceba a lição contida naquelas poucas palavras. E veio totalmente a calhar com o tema de hoje e com o tema da temporada. Foi uma grande lição em uma pequena frase.

Aprendi, ou melhor, reaprendi que as coisas que a gente gosta de fazer não devem ser um fardo para ninguém, porque senão não tem sentido gostar delas. Se é algo que curtimos fazer, por que colocamos tanto peso sobre elas? Talvez seja porque a gente não gosta tanto assim delas. Ou talvez porque a gente esteja deixando de fazer outras coisas que igualmente gostamos ou que são importantes. Não sei… Também é verdade que nem sempre gostamos de tudo o que fazemos. Aliás, talvez a gente não curta tanto assim boa parte das coisas que fazemos. Mas a vida é assim e às vezes é preciso que a gente faça um monte de coisas que não gosta para, finalmente, poder fazer o que gosta. Que nem aquela frase de O Pequeno Príncipe que nos ensina que é preciso suportar alguns espinhos se quisermos apreciar as rosas que cultivamos.

Novamente eu me coloco nesta situação. Tenho a felicidade de fazer várias coisas que eu gosto, mas nem tudo é do jeito que eu gostaria que fosse. Tem várias coisas que eu faço e nem gosto tanto e procuro encarar isso de boa, pois sei que elas são necessárias para mim, para o meu trabalho, estudo, carreira e, o mais importante, para as pessoas ao meu redor. Só que isso coloca um monte de responsabilidades sobre os ombros de quem pensa e age desta forma, que nem eu faço. O peso das responsabilidades contracena com a leveza da liberdade, como em uma relação binária em que ou você tem leveza ou leva uma vida repleta de responsabilidades. E, mais uma vez, eu penso que o caminho do meio é a melhor alternativa.

Quem disse que devemos excluir as coisas? Quem disse que não podemos juntar na mesma vida coisas que parecem antagônicas? Coisas do tipo “ser feliz ou ter dinheiro” (falamos sobre esse assunto nos episódios # 49 e 50 do Coachitório Online), ou ainda “ser feliz ou ter razão” ou “viver de forma leve ou ter responsabilidades”. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Acredito piamente que podemos combinar esses pontos que parecem tão distantes um do outro para que tudo isso viva em harmonia e esteja presente nas nossas vidas.

O fato é que não dá para fugir das responsabilidades. São elas que nos fazem crescer e amadurecer e eu penso que ter responsabilidade sobre algo ou alguém é um grande presente. A responsabilidade pesa, mas, para muitos, pesa muito mais. Não porque não estejam preparados, mas sim porque colocam um peso muito maior sobre algo que deveria ser menos custoso. Tenho visto muito disso em minha vida. Devo dizer que nesse momento isso está muito próximo de mim e tenho visto o quanto isso faz mal para aquele que age desta forma. Acreditem em mim: não vela a pena colocar sobre si próprio ou sobre as coisas ao seu redor um peso muito maior do que é justo, do que as coisas merecem. A gente não dá conta e assim faz com que aqueles que estão ao nosso lado sintam também esse peso. Ou fujam!

Há aqueles que só dão valor às coisas quando elas pesam muito. Para essas pessoas, vale o quanto pesa. Focam somente em dificuldades, sofrimento, momentos difíceis, no choro e deixam de valorizar e aproveitar os momentos de paz e leveza que surgem em suas vidas. Sim, os momentos de paz e leveza surgem nas nossas vidas, mas parece que não nos sentimos merecedores destas bençãos e acabamos não aproveitando ou deixando de estar no lugar ou com aquelas pessoas que deixa a gente assim. Parecem preferir uma zona de conforto meio sombria, onde o peso das responsabilidades é grande e a vida está longe de ser leve.

Fala, galera do Coachitório Online. 

Eu falei, falei e falei e acabei não citando o autor da frase que dá título a este episódio. Foi o escritor, poeta e dramaturgo irlandês Oscar Wilde que falou que a vida é muito importante para ser levada a sério. Ele era conhecido por seu humor apimentado, suas indiretas bem diretas, pelas citações espirituosas repletas de ironia e sarcasmo. Bem o oposto do jeito europeu de ser no final do século 19. Só por essas palavras já dá para perceber que Oscar Wilde era um daqueles que entendia muito bem que a vida era, realmente, muito importante para ser levada a sério.

Então eu quero te convidar a refletir sobre o quão leve é a sua vida e que responsabilidades você tem colocado de forma exagerada sobre seus ombros. Se fizer sentido, escreva para nós. Ficarei feliz em receber o seu comentário. E aproveito para lembrar que você pode participar ativamente dessa temporada. Diga que frase ou personalidade você quer ver aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

Também quero te convidar a conhecer a Jornada! É um processo que nós desenvolvemos para promover o seu crescimento pessoal e profissional por meio da metodologia e das ferramentas do Coaching. Tudo isso online! E o melhor de tudo: todo esse processo será conduzido pelo melhor Coach que você já conheceu: você! Conheça a Jornada e seja Coach de si mesmo! Para ter mais informações sobre a Jornada, é só clicar no link deste post.

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!