Transcrição do episódio "141 – O ambiente fala conosco o tempo todo"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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O AMBIENTE FALA CONOSCO O TEMPO TODO
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A linguagem corporal é, para mim, um tema apaixonante. Tanto é que quando eu ouço que a comunicação é dos principais desafios com o qual que as empresas precisam lidar, eu sempre faço os mesmos dois comentários: em primeiro lugar, eu digo que problemas de comunicação somente são resolvidos por meio da própria comunicação, e não ficando calado. O segundo comentário que eu faço tem a ver com a importância de estudar a linguagem corporal para saber mais sobre comunicação.
Falar de linguagem corporal não é novidade aqui no Coachitório Online. Em todas as temporadas há um episódio no qual eu cito a pesquisa do professor Albert Mehrabian, que em 1967 divulgou que 55% da comunicação acontece por meio da linguagem corporal, ao passo que 38% ocorre por meio da entonação da voz e somente 7% da comunicação se dá por meio da comunicação verbal. E quando falamos de problemas de comunicação nas empresas não é raro descobrirmos que estão todos focados em resolver o problema focando somente naquele 7% que tem a ver com a comunicação verbal.
Mas, diferentemente do que falamos nos episódios #16, 26, 65 e 116 do Coachitório Online, desta vez eu quero abordar a questão da comunicação de uma forma ainda mais abrangente. Já explico: quem já conversou comigo sobre o tema deve ter me ouvido dizer que o ambiente fala conosco o tempo todo. Quando eu me refiro ao ambiente, me refiro não só às pessoas, mas sim de tudo o que está ao nosso redor. E quando eu digo que o ambiente fala, não me refiro à comunicação verbal, mas sim a todos os sinais não verbais que as coisas que estão ao nosso redor emitem para nós constantemente. Assim como a teoria do professor Mehrabian, não são só as pessoas que se comunicam de forma não verbal. O ambiente também fala conosco desta forma.
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Muitas pessoas ainda são céticas a este respeito e eu entendo e respeito essa forma de ver, ou melhor, de não ver a situação. Penso que a diferença entre crer e não crer em algo tem a ver com fé e também com ver os efeitos daquilo que a gente dúvida que existe. Se levarmos esse assunto para o meio organizacional, que é onde boa parte da nossa vida se desenrola, iremos descobrir que as empresas são ambientes de convivênvia, aprendizado e colaboração. Empresas e outros ambientes de trabalho são microculturas que se retroalimentam do comportamento das pessoas que ali vivem, trabalham, pensam, sonham e agem. Considerando-se que o trabalho é, atualmente, quase todo realizado por equipes, ambientes de trabalho devem ser ambientes de colaboração. Considerando-se a importância da construção do conhecimento como vantagem competitiva, ambientes de trabalho devem ser ambientes de aprendizado.
Não se trata apenas de uma questão de opinião, mas sim de um fato inegável: a empresa é um ambiente socialmente construído para atender a finalidades econômicas dos proprietários e colaboradores. Trabalho, carreira e emprego são partes inescapáveis das nossas vidas, que ocupam uma boa parte do nosso dia-a-dia e da nossa energia. Fazemos trocas constantes de informação com esse ambiente que está a nossa volta. Interagimos com pessoas, máquinas e equipamentos, com a estrutura física, com o trânsito que enfrentamos na ida e volta para o trabalho, enfim, temos vários pontos de contato com o ambiente ao nosso redor e, se prestarmos atenção, as coisas que estão a nossa volta mandam mensagens constantes para nós.
Dou um exemplo: você já reparou que o hábito de reclamar constantemente acaba reforçando as coisas que não dão certo ou acabam atraindo para o seu lado pessoas igualmente fãs de reclamação? Outro fenômeno interessante eu observo nas pessoas que estão sempre trocando de empregos porque alegam que a empresa em que estão não é boa. O chefe não é legal, a equipe não é boa, o salário não é bom, as condições de trabalho também não são. E, quando vão para outra organização, descobrem que entram em uma empresa em que tudo é igualmente ruim. Ou seja, trocam de emprego por motivos externos, sem se dar ao trabalho de olhar para si mesmas e perguntar o que esse ambiente ao seu redor está tentando lhe dizer. Só que isso não é de hoje. Desde os primórdios da civilização humana somos mestres em culpar os nossos parceiros, cônjuges, pais, chefes, mestres, a sociedade, o ambiente social por nossas dores e fracassos.
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É justamente para as pessoas que vivem nesse troca-troca de emprego que devemos dedicar atenção especial, pois, independente do motivo, qualquer mudança de emprego gera uma certa quantidade de stress. Espera-se que a pessoa se livre de velhos hábitos, velhos modos de lidar com as coisas e aprenda novos modos de fazê-las. Mesmo quando a tarefa a ser executada é semelhante, o ambiente em que ela ocorre é diferente e há uma pressão para que ela se adapte rapidamente a esse novo ambiente. É isso que faz com que eu precise me adequar ao que o ambiente oferece, ao invés de ajustar o ambiente de acordo com a minha vontade.
Quando eu digo que devemos dar atenção especial às pessoas que trocam constantemente de emprego, me refiro justamente a essa força de adaptação que a pessoa faz para se ajustar ao ambiente. Se não lidarmos bem com essa situação, esse esforço adaptativo terá vida curta e, logo, a pessoa começa a desejar que o ambiente ao seu redor seja da forma como ela quer. Começa a desejar que o ambiente a sua volta seja conforme a sua vontade.
Fomos criados para nos adaptar ao ambiente, mas infelizmente parece que muitos faltaram na aula que explicava sobre a necessidade de observarmos os sinais do ambiente. O nosso comportamento depende de uma troca incessante de dados com o ambiente. Temos a capacidade de prever, com pelo menos algum sucesso, o resultado de nossas próprias ações. Para isso, precisamos ser capazes de prever como o ambiente responderá aos nossos hábitos. É uma questão de hábito, de tornar consciente esse esforço de reparar na relação de causa-e-efeito que temos com o ambiente. A mente consciente é extremamente poderosa. Observa todos os comportamentos programados que adotamos, avalia cada um deles e decide conscientemente se deve modificá-los ou não. Podemos escolher como reagir à maioria dos sinais do ambiente e até se vamos ou não reagir a eles. A capacidade da mente consciente de se sobrepor aos comportamentos programados da mente inconsciente é o que nos permite ter livre-arbítrio.
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São as decisões que tomamos sobre nossas jornadas determinam o grau de alinhamento do nosso eu com o ambiente que nos rodeia. Mais importante ainda é perceber o quanto a nossa forma de pensar, falar e agir interfere no ambiente ao nosso redor e isso torna fundamental desenvolvermos a capacidade de perceber a resposta que esse ambiente nos dá. Percepção é ter consciência dos elementos do ambiente por meio das nossas sensações físicas. Essa percepção é riquíssima, pois traz consigo uma gigantesca oportunidade de evolução, afinal de contas, terá mais sucesso aquele que melhor se adaptar ao ambiente como um todo e não apenas às pessoas.
Agora imagine se todos tivessem a intenção positiva de perceber o que o ambiente ao seu redor está comunicando e, dependendo do feedback, ajustasse seu comportamento para harmonizar ainda mais a convivência. O benefício seria integral, pois em um ambiente estável, as pessoas tendem a se comportar de maneira similar e, uma vez que o padrão de comportamento mude em um ambiente, todo relacionamento que usar o mesmo padrão será beneficiado. Acredito muito que a boa sorte em nossa vida não é determinada nossos genes, mas por nossas respostas aos sinais do meio ambiente que impulsionam e controlam todos os tipos de vida. No fim das contas, é uma questão de perceber o que acontece ao nosso redor, ser humilde em reconhecer a necessidade de mudança e promover a mudança para que o ambiente fale conosco com uma voz mais amena e amigável.
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Fala galera do Coachitório Online!
A Biologia nos ensina que quanto mais consciência um organismo tem do ambiente que o cerca, melhores são suas chances de sobreviver. Afirma que os organismos passam por adaptações necessárias a sua sobrevivência em um ambiente que se modifica constantemente. Eu gosto muito de utilizar outras áreas do conhecimento nos meus trabalhos de Coaching e consultoria, pois eu acredito que tudo o que diz respeito à natureza e ao ser humano se aplica à nossa carreira e às empresas.
Mas eu quero lhe fazer uma pergunta: o ambiente tem falado com você? O que ele tem lhe dito? Quero saber mais! Compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!