• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

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132 – O mundo não é mais o mesmo

Não são as “coisas” que estão mudando velozmente. Somos nós! Nós é que temos mudado e, com isso, temos provocado as mudanças sociais, econômicas e ambientais, que tanto nos orgulhamos e pelas quais também tanto nos lamentamos. Não há uma “coisa” lá fora que esteja mudando e piorando a nossa vida em família, em sociedade ou no trabalho. É o ser humano que está causando essas mudanças. Isso inclui eu e você!

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Transcrição do episódio "132 – O mundo não é mais o mesmo"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

O MUNDO NÃO É MAIS O MESMO

De fato, o mundo não é mais o mesmo. Mas se você acha que essa afirmação tem a ver somente com a pandemia e com os efeitos que a Covid-19 tem sobre a saúde e a Economia, está enganado. Já faz tempo que o mundo não é mais o mesmo, mas foi preciso um evento de magnitude global para nos fazer perceber que as coisas têm mudado de uma maneira veloz e um tanto quanto descontrolada.

Aliás, não são “as coisas” que estão mudando velozmente. Somos nós! Nós é que temos mudado e, com isso, temos provocado as mudanças sociais, econômicas e ambientais do quanto tanto nos orgulhamos e pelas quais também tanto nos lamentamos. Não há uma “coisa” lá fora que esteja mudando e piorando a nossa vida em família, em sociedade ou no trabalho. É o ser humano que está causando essas mudanças. Isso inclui eu e você.

A humanidade está mudando de forma descontrolada e, apesar de as mudanças estarem acontecendo rapidamente, não temos percebidos os seus efeitos. Estamos que nem aquele sapo que está sendo escaldado lentamente em uma panela e que só percebe que está fervendo quando é tarde demais.

Bom, talvez eu deva começar de novo esse episódio, porque essa introdução foi um tanto quanto negativa e pessimista, você não acha? Até dá para baixar o tom na dramaticidade desse texto, mas não dá para esconder o fato de que a pandemia escancarou coisas que nós estávamos há muito tempo abafando ou escondendo. Eu penso que nós estávamos vivendo como naquela brincadeira em que a gente está em uma piscina e tenta segurar uma bola de plástico debaixo da água. É preciso muita força, muito controle para evitar que aquele objeto apareça na superfície. Mas enquanto for somente uma bola, tudo bem! O problema é quando forem duas, três ou quatro bolas a serem mantidas escondidas sob a água. A gente consegue por um tempo, mas logo a força acaba e todas elas acabam saltando pela superfície.

Quem acompanha o Coachitório Online sabe que eu gosto de usar essas metáforas para explicar situações da nossa vida pessoal e profissional. Sabe também que eu sempre digo que embora as metáforas sejam autoexplicativas, eu gosto de deixar claro o objetivo do exemplo que eu usei. Nesse caso, as bolas de plástico na piscina representam a nossa sombra, as coisas que queremos ou precisamos trabalhar. É a nossa insatisfação profissional, os conflitos nos relacionamentos ou até a vida vazia e sem propósito que muita gente leva. Até o dia em que surge a pandemia e percebemos que não temos mais força para esconder tudo aquilo que nos deixa insatisfeitos e consideramos vazio ou sem sentido.

Há muito tempo que a ciência tem um termo para se referir aos eventos que geram mudanças significativas na Sociedade, que fazem com velhos conceitos desapareçam sem que novos conceitos estejam prontos para substitui-los. O termo é Tesarac. A palavra Tesarac é um neologismo criado pelo escritor americano Shel Silverstein para se referir a sensação causada pela morte da sua esposa e da sua filha. Enquanto vivia a sua dor, o escritor professava também estar vivendo em um profundo caos, uma falta de norte e de sentido para a vida. Foi nesse momento de luto que Shel Silverstein criou a palavra Tesarac para afirmar que, para ele o mundo não seria mais como antes.

Você deve se lembrar deste escritor. Nós falamos sobre ele lá no episódio #113, quando falamos que a nossa vida é uma preencheção de buracos. Eu comecei aquele episódio falando de um livro chamado “A parte que falta”, que foi escrito justamente pelo nosso querido Shel Silverstein. Se você ainda não ouviu, corre lá para ouvir esse episódio, pois eu tenho certeza de que ele vai fazer muito mais sentido agora que você conhece um pouco mais sobre a história de vida deste escritor.

Hoje em dia a palavra Tesarac é utilizada com uma roupagem bem mais abrangente do que aquela que tinha lá na sua origem. Atualmente, usamos a palavra Tesarac para se referir aquele momento no tempo em que sabemos que o mundo antigo já passou, o presente foi desconstruído e o futuro ainda não pode ser previsto. Trata-se de uma fase em que precisamos viver conciliando o que existe com o que ainda não existe, olhando de camarote a trama da evolução da vida passando diante de nossos olhos. Assim, a palavra Tesarac representa uma espécie de “parto histórico”, no qual todos os paradigmas são questionados para permitir o nascimento de novos paradigmas sociais, culturais e econômicos. Esta nova ordem emergente traz também novas oportunidades. O Renascimento, a Revolução Industrial ou a pandemia são exemplos de Tesaracs que aconteceram ou estão acontecendo nas nossas vidas.

Para o publicitário e escritor brasileiro Walter Longo, o Tesarac é uma dobra na história, o momento propício para a destruição de paradigmas sociais, culturais e econômicos para que haja espaço para o surgimento de outros. É um momento de caos e confusão, até que uma nova ordem surja para que tudo seja recomposto. Aliás, o termo “dobra na história” também foi abordado no cinema, em um filme de ficção dos estúdios Disney chamado “Uma Dobra no Tempo”, em que os personagens viajavam pelo tempo por meio de um conceito conhecido como Tesarac. Coincidência ou não, o fato é que esse termo pretende chamar a atenção para a tomada de consciência de estarmos a viver um momento de grandes mutações a todos os níveis.

Você já reparou que estamos vivendo essa espécie de dobra no tempo, em um momento histórico em que ideologias e conceitos vão perdendo a sua importância e vão sendo substituídos pela visão de uma realidade completamente nova? Você já chegou a imaginar que o mundo, de fato, jamais será como antes? Não estou me referindo ao fato do vírus ir embora ou não ou de não precisarmos mais usar máscaras. É mais profundo do que isso. Eu imagino que estamos vivendo em um momento de transformação gradual da realidade, que tem na pandemia o seu principal vetor. Exemplo disso é o que está começando a ocorrer na Economia global. Segundo Divesh Makan, os EUA desenvolveram uma cadeia de fornecimento com a China nas últimas décadas que com o tempo fez com que os americanos perdessem a capacidade tecnológica de fabricar no próprio país. Não só os EUA, mas todo o mundo terceirizou a sua produção na China. Por conta da pandemia e também por questões de segurança, isso já começou a mudar e tem feito com que a globalização seja substituída pelo protecionismo. 

É isso mesmo que você ouviu. O tal do mundo globalizado, unido por causa ou em torno da tecnologia, poderá dar lugar a um processo inverso, no qual os países vão concentrar seus esforços para desenvolver capacidades técnicas e comportamentais para fazer com que a sua indústria se dedique a suprir as demandas internas. Produção e consumo localizado, ao invés de globalizado. Será que é só uma tendência ou já está sendo uma realidade dentro do conceito de Tesarac?

Podemos afirmar com segurança que, de certa forma, estamos dentro de uma normalidade histórica se considerarmos que estamos vivendo de forma diferente dos nossos avós e dos nossos pais e que, seguramente, nossos filhos também viverão uma vida diferente da nossa. No entanto, o momento atual nos permite afirmar que estamos vivendo uma vida diferente daquela que nós próprios já vivemos e por isso tem sido difícil perceber todas as forças que impactam e transformam a nossa vida atual. Como dizia Alvin Toffler, o futuro invadiu nossas casas e se tornou o presente em um piscar de olhos.

Mas o fato do futuro ter se tornado o presente não significa que não há mais nada lá para além do horizonte. Não significa que não há mais futuro, apenas que este futuro é muito mais imprevisível do que já foi. Para lidar com isso, podemos recorrer a Peter Drucker, que afirmava que a melhor maneira de se prever o futuro é criando-o. Para isso, não precisamos ter todas as cartas na mesa e nem todo o conhecimento do mundo. Basta apenas ter sensibilidade e ter aprendido com o que está acontecendo. Como afirma a professora Teresa Dolores Ferreira, para criar o futuro precisamos apenas partir de um com começo.

Fala galera do Coachitório Online!

Há um famoso caso de quando Albert Einstein ainda atuava como professor. Em um determinado dia, ele estava aplicando uma prova quando um de seus alunos falou: “- Professor, esta prova está comprometida. Algumas questões são iguais às formuladas no ano passado.” Einstein, tranquilamente, respondeu: “- Não tem problema! As questões são as mesmas, mas neste ano, as respostas são diferentes.” É a velha história da metáfora que não precisa ser explicada, não é mesmo?

Então eu vou aproveitar essa metáfora para te perguntar o que você entendeu sobre ela e se ela faz sentido para você. Compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br 

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!