• 4ª Temporada
  • Grandes Lições de Grandes Personagens

  • A quarta temporada teve inspiração em grandes personagens das séries, da TV e cinema. Ao assistir ao seriado La Casa de Papel, eu aprendi com o Professor algumas lições sobre planejamento, formação de equipe e liderança. Foi o ponto de partida para fazermos uma temporada completa sobre as grandes lições de grandes personagens.

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77 – Neo:O Escolhido

Neo é o personagem principal de Matrix, um dos filmes mais revolucionários da sua época. Não só pela ficção e pela tecnologia envolvida, mas sim pelas centenas de mensagens subliminares que permeiam todos os filmes de sua trilogia. Mas antes de incorporar o papel de grande herói ao qual estava predestinado, Neo precisou ter fé. Precisou tomar decisões e confiar no seu instinto, que dizia que havia algo de errado com o mundo. Ele fez as escolhas certas, mas mostrou o quanto o livre-arbítrio pode ser perigoso se não estiver acompanhado da certeza de que fez as escolhas certas.

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Transcrição do episódio "77 – Neo:O Escolhido"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

NEO – O ESCOLHIDO

Um dos filmes mais revolucionários da sua época. Não só pela ficção e pela tecnologia envolvida, mas sim pelas centenas de mensagens subliminares que permeiam todos os filmes de sua trilogia. Vamos falar do filme e do seu personagem principal, Thomas Anderson. Ou apenas sr. Anderson, como os seus inimigos preferem chamar. Mas, para os fãs e para a população em geral, o nome do personagem principal que se torna o herói de toda a saga é bem mais simples: Neo. E o filme é Matrix.

Antes de se tornar Neo, Thomas Anderson – que é interpretado pelo ator Keanu Reeves – ganha a vida trabalhando como um hacker de computador, dedicando-se a roubar informações secretas e vendê-las ilegalmente. No mundo dos hackers, Anderson é conhecido pelo apelido de Neo. Acontece que em um belo dia, Anderson descobre um negócio chamado simplesmente de Matrix. E o único pensamento que vem à mente do nosso personagem a respeito da Matrix é: tem algo de errado com o mundo.

Essa “descoberta” chama a atenção de Morpheus, uma espécie de líder da resistência que luta pelo fim da Matrix. Só que, para Anderson, Morpheus – que é interpretado pelo ator Laurence Fishburne – é uma espécie de “terrorista digital”, a pessoa responsável pela Matrix. Definitivamente, Morpheus é alguém que precisa ser encontrado. O que o nosso querido Thomas Anderson não sabe é que o próprio Morpheus o tem observado há bastante tempo e que logo, logo, é Morpheus quem irá o encontrar.

Morpheus observava Neo há muito tempo porque acreditava que ele era o escolhido, ou seja, a pessoa que estava predestinada a destruir a Matrix. A Matrix foi um sistema desenvolvido para manter a raça humana em uma espécie de confinamento ou escravidão a fim de que as pessoas sirvam como fonte de energia para a própria Matrix. O ser humano era uma espécie de matéria-prima essencial para o funcionamento da grande máquina de ilusão.

E o nosso querido Neo é o escolhido, a pessoa que teria como missão liberar a raça humana da escravidão da Matrix.

O encontro entre Morpheus e Neo não foi tão simples assim. Ao mesmo tempo em que Neo era instruído a seguir o coelho branco e escolher entre a pílula azul e vermelha, os agentes da Matrix – que são os vilões que tentam a todo custo acabar com o movimento de resistência – também encontram o sr. Anderson e tentam a todo custo eliminá-lo.

Eu poderia ficar horas falando do filme, das frases de efeito, da complexidade do enredo e dos riquíssimos efeitos visuais que fazem parte do filme. Mas nós vamos nos manter fiel a nossa essência e propósito, que é o de levar informação e conhecimento relevantes para a vida e a carreira das pessoas e, para isso, iremos falar dos ensinamentos, erros e acertos que Neo trouxe para nós na trilogia de Matrix.

Bom, a primeira coisa a ser dita é que Thomas Anderson não é nenhum santinho. Como já comentei lá no comecinho do episódio, Anderson é um hacker e ganha a vida de uma forma um tanto ilegal. Mas, até aí, tudo bem, até porque foi graças a sua vida de hacker que ele pôde ser encontrado e assim ter se tornado o herói de toda a série. Estava escrito que ele precisava ser um hacker, afinal, ele era o escolhido.

Ao longo de toda a história, Neo precisa tomar muitas decisões. E eu diria que as mais importantes estão logo no começo do filme. Lembra que eu comentei há pouco que ele precisou seguir o coelho branco? Pois é, esse foi o primeiro contato que Morpheus fez com ele. E quando o coelho branco surgiu em sua porta, Neo precisou decidir se iria segui-lo ou não. Aliás, essa metáfora do coelho branco é claramente inspirada no clássico “Alice no País das Maravilhas”. Talvez você se lembre que foi o coelho branco que chamou a atenção de Alice e a fez correr atrás dele até a toca que é o portal de entrada para o país das maravilhas. Assim como fez Alice, Neo decide seguir o coelho branco.

Outra decisão importante acontece depois que Morpheus e Neo finalmente se encontram
Quando conta a Neo sobre a Matrix, Morpheus o convida a ver a Matrix com os seus próprios olhos. Para isso, ele teria que escolher entre duas pílulas: a pílula azul e a pílula vermelha. Se escolher a pílula azul, Neo vai continuar na ignorância. Vai voltar para a sua vida normal, uma realidade ilusória dentro da Matrix. Ele continuará sendo mais um que é manipulado pela inteligência do mal. Mas, se escolher a pílula vermelha, ele acordará do sonho (ou melhor, do pesadelo) e verá que tudo o que ele vive é uma mentira. A pílula vermelha vai abrir os olhos de Neo para que ele veja as coisas como realmente são.

Decisão importante, aliás, determinante para a sequência do filme. É claro que Neo escolhe a pílula vermelha, que acaba jogando o nosso simpático personagem para dentro da história, para enfrentar várias missões e desafios que o tornam o herói, o escolhido.

É claro que o roteiro do filme prevê que Neo faça as escolhas certas. Que ele siga o coelho branco e que tome a pílula vermelha. Mas ele pensa bastante e reluta diante dessas duas decisões. Ele luta contra os seus instintos, pois racionalmente ele tem a certeza de que tudo aquilo é apenas uma grande brincadeira ou coincidência, e que a Matrix e Morpheus são uma espécie de grande pegadinha. Só que Neo decide ir em frente, pois confia nos seus instintos. E é aí que vem a grande lição sobre a tomada de decisão: seguir o instinto.

Eu comentei há pouco que Neo tem uma ideia fixa. Ele diz para si mesmo que há algo de errado com o mundo. Foi justamente esse pensamento que fez com que ele tomasse a pílula vermelha para deixar de ser Thomas Anderson e se transformar em Neo, o Escolhido. Ele tinha um instinto e tomou uma decisão com base emocional. E aqui vale trazer um pouquinho da ciência: todas as decisões que tomamos são baseadas numa espécie de mistura entre razão e emoção. O cérebro se encarrega de selecionar e filtrar as melhores alternativas e experiências anteriores a fim de comparar com o que as emoções nos falam. Apesar de isso ser verdade, as emoções sempre vencem. Ou melhor, o viés emocional das decisões sempre vence. É por isso que o instinto, a curiosidade, o impulso, a criatividade, o pensar fora da caixa, entre outros fatores, acabam pesando muito na tomada da decisão.

Aliás, fica a dica: se quiser influenciar alguém a tomar uma decisão que seja favorável a você, é provável que exista mais sucesso se você apelar para fatores emocionais do que racionais.

As primeiras grandes lições de Neo estão nas decisões que ele tomou. Curiosamente, outros grandes acertos tiveram origem nos seus erros. Ou melhor, nas suas dúvidas e insegurança. Quando soube que era O Escolhido, a primeira reação de Neo foi duvidar. Talvez a sua autoestima ou incredulidade ainda afetassem o seu julgamento e talvez até o Oráculo tenha influenciado Neo a ter certeza de que não era O Escolhido. Só que nem a equipe acreditou nisso. Tinham muita certeza de que Neo era o cara e que alguma coisa estava errada.

Essa dúvida fez com que Neo construísse em sua mente o protótipo de um perdedor. E ele perdeu lutas, perdeu algumas batalhas e quase colocou tudo em risco. O que ele não sabia é que a profecia estava certa e ele teve certeza de que era O Escolhido por causa do amor. Ah, o amor!!

Além da profecia que falava da vinda de um Escolhido, havia outra que afirmava que Trinity, que era principal companheira de Neo na resistência, iria se apaixonar pelo Escolhido. E ela se apaixona por Neo. Tanto é que quando soube que Neo não era quem pensava ser, ela não acreditou porque acreditava na profecia e acreditava no amor que sentia pelo nosso herói. E essa foi a grande virada da história, pois foi somente quando Trinity contou a Neo sobre essa profecia e confessou estar apaixonada por ele que Neo passou a acreditar em si mesmo.

Veja só: da dúvida que colocou em risco toda a missão até a certeza que fez com que Neo acreditasse ser o escolhido bastou uma pequena ponte. Bastaram algumas palavras e atitudes que devolvessem a ele a autoestima e a certeza de que ele tinha todos os poderes para desempenhar o papel que cabia ao Escolhido. E assim, como num passe de mágica, Thomas Anderson efetivamente se transforma em Neo, o Escolhido.

É importante reforçar o quanto determinadas crenças limitam a nossa capacidade, ao passo que crenças positivas nos dão força e nos fazem ir além. É uma mudança de mindset, ou seja, uma mudança na forma como encaramos os fatos e agimos diante de tudo o que acontece. Ou melhor, é uma mudança na forma como criamos os fatos e as coisas que acontecem ao nosso redor. A trilogia Matrix retrata bem isso e mostra que a autoconfiança e a crença em si mesmo não são apenas frases de efeito que lemos diariamente nas redes sociais. Confesso que eu acredito fortemente que nossos pensamentos se transformam em atitudes, que transformam as pessoas e o ambiente ao nosso redor. Aos incrédulos, fica o convite para fazer o teste!

Fala, galera do Coachitório Online.

Ao lado de O Senhor dos Anéis e o Poderoso Chefão, Matrix é uma das minhas trilogias favoritas. Essa história nos leva a pensar se, de fato, não vivemos em uma espécie de Matrix. Não da forma cruel e um tanto obscura que o filme nos apresenta, mas sim em uma espécie de Matrix que nós mesmos criamos em nossa mente.

Sei que pode parecer uma grande viagem da minha parte, mas eu penso que o filme é repleto de exemplos de como podemos cair nas armadilhas que criamos em nossa própria mente. Quem assistiu e curtiu a trilogia vai entender o que estou falando. Quem ainda não assistiu, é claro que fica o convite para assistir.

Ah, também tem uma notícia muito boa para os fãs: as gravações do novo filme da trilogia já começaram e o filme deve sair em 2021. Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss (que interpreta a personagem Trinity – a namorada do Neo) – estão confirmados no elenco.

Muito obrigado a você que nos acompanha semanalmente aqui no Coachitório Online. Quero dar as boas-vindas para quem está chegando agora. O nosso podcast semanal sobre pessoas, carreira e liderança está na quarta temporada e eu aproveito para te convidar a curtir todos os nossos episódios e temporadas pela sua plataforma favorita.

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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!