No dia 16 de agosto de 2009, o corredor jamaicano Usain Bolt assombrava o mundo estabelecendo o recorde mundial na prova de 100 metros rasos, do Atletismo. Naquele dia. ele estabeleceu o tempo de 9,58 segundos, recorde que persiste até hoje.
O fato em si já é impressionante, mas o que impressionou ainda mais, foi a relativa “facilidade” com a qual ele estabeleceu este recorde. Além disso, era a terceira vez seguida, em pouco mais de um ano, que ele quebrava o recorde desta prova!
Mas, ao dar uma olhadinha na internet eu descobri que, desde que o tempo das provas de Atletismo começou a ser medido com mais precisão, o recorde da prova pouco reduziu. No ano de 1912, o americano Don Lippincott estabelecia o tempo de 10,60 segundos, sendo o primeiro recordista mundial da prova. Veja só: o tempo que consagrou Usain Bolt como o maior velocista da história é apenas um segundo menor do que aquele recorde estabelecido quase cem anos antes.
Claro que, em se tratando de competições como o Atletismo, Natação, Automobilismo e outros, os milésimos de segundo fazem muita diferença. Aquele segundo que separa Usain Bolt de Don Lippincott é uma verdadeira eternidade em se tratando de esportes de competição.
Porém, ao olhar para estes fatos eu não consigo deixar de me perguntar por que o ser humano mais rápido da atualidade consegue ser “apenas” um segundo mais rápido do que um competidor que correu há cem anos… E a primeira resposta que vem à minha mente (e a que me faz mais sentido) é:
O ser humano tem um limite.
Não se trata daquele limite psicológico, autoimposto, que conseguimos trabalhar em sessões de terapia, planejamento, Coaching ou qualquer coisa do tipo. Estou falando de um limite físico, limite do próprio corpo humano.
Já que o ser humano tem um limite físico, eu começo a me perguntar qual é esse limite. Qual é o menor tempo em que um atleta conseguirá correr os 100 metros rasos, por exemplo? Quão rapidamente conseguiremos nadar, quão alto conseguiremos pular ou quanto peso conseguiremos levantar?
Embora estes limites físicos devam ser uma preocupação que faça sentido somente para atletas de ponta, ou seja, uma parcela muitíssimo reduzida da população, a iminência de estarmos perto do nosso limite físico nos esportes me faz pensar se conseguimos fazer um raciocínio semelhante para os nossos limites psicológicos.
Digo isso, porque os limites da nossa capacidade de correr ou nadar são visíveis, mas os nossos limites psicológicos não são tão claros assim. E por conta disto, corremos o risco de nos aproximarmos do limite da exaustão de forma imperceptível. E quando percebermos, pode ser tarde.
Eu pratico corrida de rua e sei o quanto consigo correr e o tempo em que consigo fazer cada corrida. Mas, confesso que não consigo ter uma ideia muito clara do quanto de cobrança, pressão ou stress eu consigo aguentar. E me parece que a maioria das pessoas não consegue ter uma ideia precisa.
Então, qual é a solução?
Novamente, eu consigo somente pensar em uma resposta, pois é a que faz mais sentido para mim: trabalhe bastante, mas também descanse. Tenha momentos de lazer e de ócio. Tenha um hobby, dedique-se à espiritualidade e autoconhecimento. Enfim, sei que não dá para fazer tudo isso, mas creio que é importante ter algo com o qual consigamos “quebrar” a rotina do trabalho a fim de dedicar nosso tempo para fazer algo diferente sozinhos ou com as pessoas que mais gostamos.