Vários autores foram visionários ao afirmar que neste século a liderança iria enfrentar muitos desafios no que diz respeito à comunicação, gestão de conflitos, feedback, delegação, etc…

E se olharmos esses fatores mais de perto, vamos constatar que eles estão interligados, ou seja, um acaba puxando o outro. Então, o que precisamos fazer é procurar e resolver a origem destes problema. E por um motivo bem simples: nenhum problema nasce sozinho dentro das empresas, assim como é improvável que eles também se resolvam sozinhos.

Quando começamos a procurar a origem destes problemas, a tendência é que a gente aponte a liderança, ou melhor, a falta dela, como a causa principal de tudo. O que faz muito sentido, pois em grupos onde a liderança é atuante, a probabilidade de termos os problemas acima citados é bem menor.

Uma liderança atuante, que se faz presente, irá inibir a proliferação de problemas e irá agir nas causas pela raiz. E a chave de tudo isso é justamente se fazer presente, estar lá.

O afastamento ou ausência da liderança é um problema que muitas empresas enfrentam, hoje em dia, em termos de gestão de pessoas. A consequência disso será percebida no baixo engajamento das pessoas e, consequentemente, na baixa motivação e produtividade das equipes. O que eu quero dizer é que quem não acompanha, não conduz, pois o exercício da liderança precisa ser reconhecido e validado pelas pessoas da equipe.

O líder precisa estar junto delas para que as pessoas vejam que há alguém que está lá, não só para exercer a liderança de forma hierárquica, mas também para ouvi-las, acompanhá-las e cobrar quando isso se fizer necessário. Isso vai fazer com que a liderança ocorra de forma mais natural, sem precisar forçar a barra.

O problema é que há pessoas que pensam que o cargo de liderança força um distanciamento

O líder passa a ter diferentes atribuições e responsabilidades, recebe cobranças e, muitas vezes, isso faz com que ele passe por um “exílio” involuntário, pois estará mais focado e preocupado em resolver as demandas que são trazidas até ele por seus próprios gestores.

Além disso, o desenho hierárquico prevê que ele ocupe uma posição destacada, afastada do grupo (o desenho do organograma mostra isso). Esse afastamento previsto pelo organograma torna-se visível quando ele recebe uma sala ou uma mesa que o coloca à parte do grupo. 

E assim, vai se criando um ambiente em que o líder é visto de forma cada vez mais afastada de sua equipe. E já que o ser humano tem uma tendência natural a se adaptar (ou a se acomodar) a uma nova situação, o líder vai se acostumando com esse afastamento e as pessoas da sua equipe também.

O líder deixa de acompanhar e logo deixará de conduzir. A culpa dessa situação é do organograma? Claro que não! É da hierarquia? Também não!

A responsabilidade é de cada um de nós, pois o organograma, a hierarquia, a cobrança por resultados, etc., acontecem em quase todas as empresas. Caberá a cada um de nós saber equilibrar tudo isso, a fim de preservar a proximidade com as nossas equipes e o exercício da liderança.

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