Muitas pessoas veem as metas como instrumentos de uma “inquisição moderna”, na qual as empresas alimentam um ciclo de cobrança e resultado constantes.
Essa dinâmica surte seus efeitos somente temporariamente, pois tende a criar uma animosidade perene nas relações de trabalho. Intrinsecamente, os gestores passam a internalizar a necessidade de atingir a meta a qualquer custo e, esse é um perigo que deve ser evitado, pois dessa forma a sustentabilidade do que é conquistado é muito baixa.
Mas, acredito que metas são necessárias para as pessoas e para as organizações. Sou um grande defensor de metas e objetivos pessoais e organizacionais, desde que as metas estabelecidas obedeçam a alguns requisitos. Em primeiro lugar:
A meta deve ser clara, de fácil entendimento por todos.
No contexto organizacional, isso quer dizer que a meta deve ser passível de aferição e acompanhamento constantes. Essa possibilidade de acompanhamento é o que muitas vezes vai determinar o alcance da meta, pois ajustes pontuais podem ser feitos ao longo do período avaliado, quando surge a constatação de que eventuais desvios de rota estão acontecendo.
Em outras palavras, o acompanhamento das ações que levam à meta serve para ajudar a alcançar a própria meta. Medir somente no final do período não colabora em nada com o objetivo.
Outro item de suma importância no que diz respeito à clareza das metas é saber o que é necessário para que ela seja alcançada:
- Quais são as condições?
- Quais são os recursos necessários?
- Quais são os prováveis obstáculos?
- Quem poderá ajudar?
Essas perguntas são importantes para que fique clara não só a meta, mas também as regras do jogo. Como dizia Albert Einstein:
“Deves aprender as regras do jogo. E depois deves jogar melhor que todo mundo.”
Note que a clareza da meta tem a ver, não só com o número ou o indicador em si mas, principalmente, com ter uma clara noção de tudo o que está envolvido para lidar com o seu alcance.
Se analisarmos cada objetivo a ser alcançado de forma isolada, focando na meta em si, acabamos ignorando importantes ameaças e oportunidades que se apresentarão ao longo do caminho. Como dizia Johann Goethe:
“Quanto mais um homem se aproxima de suas metas, tanto mais crescem as dificuldades.”
Também é importante salientar que a meta é de responsabilidade de todos.
Embora as equipes tenham um líder, que geralmente é a primeira pessoa a ser cobrada, o resultado do líder é o resultado dos esforços de todos que pertencem à equipe. O jogo é ganho graças ao esforço de todos.