Você já percebeu que a nossa vida é resultante de pequenas e grandes escolhas que fazemos todos os dias? Desde o dia em que passamos a ter um pouco de consciência sobre nós mesmos e que começamos a ter a noção de que temos o direito de pedir ou escolher coisas, passamos a sentir o gostinho de decidir sobre fatos e atos que surgem diante de nós. Isso acontece desde que somos criancinhas.
É o que chamamos de livre-arbítrio. O dicionário nos ensina que o livre-arbítrio é a possibilidade de decidir em função da vontade própria, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa externa que force a nossa escolha. Muito embora eu acredite fortemente que o roteiro da nossa vida já está traçado (ou seja, que já há um plano para nós), eu também acredito no livre-arbítrio como sendo um grande e constante exercício que serve para nos testar diante de nossos valores e crenças mais profundos.
Você já teve a sensação de estar fazendo uma escolha errada e, lá na frente, perceber que a vida se encarregou de endireitar a situação? Pois é, isso acontece mesmo! Muitas vezes fizemos escolhas que nos tiram do caminho que está traçado para nós e é a vida que se encarrega de nos colocar de volta neste caminho.
Eu sei que para muita gente isso não faz sentido. Conheço muita gente que não acredita na predestinação e tudo mais. E está tudo certo! Isso não torna as pessoas melhores ou piores. Aliás, acreditar ou não é uma questão de livre-arbítrio.
Acima de tudo, eu penso que o livre-arbítrio não deve ser visto sob a ótica da decisão em si, mas sim da consequência da escolha que foi feita. Digo isso porque embora sejamos dotados deste poder de escolha, não somos livres para escolher as consequências das nossas decisões. E é nesse ponto que reside o grande aprendizado do livre-arbítrio. Essa reflexão pode ser levada tanto para o lado pessoal quanto para o profissional. Mais urgente, penso eu, é a questão profissional.
Nós estamos vivendo uma era em que a rapidez e a ansiedade predominam. Queremos tudo para ontem, mesmo sem ter certeza se o rumo que as coisas estão tomando é o correto. Quando priorizamos a velocidade ao invés da direção, todas as nossas escolhas acabam sendo condicionadas às opções que nos dão velocidade. E aí acabamos restringindo de forma significativa o nosso livre-arbítrio. Eu acredito que a direção é mais importante do que a velocidade. É mais importante saber para onde estamos indo antes de ganharmos velocidade.
Também tem outro ponto que eu gosto muito de abordar nos meus trabalhos de Coaching e Consultoria: em seu livro chamado “A Matriz Divina”, o biólogo Gregg Braden nos ensina que nossas escolhas individuais se combinam e se tornam a nossa realidade coletiva. Essa frase fez muito sentido para mim, por um simples motivo: se a nossa vida é resultante de pequenas e grandes escolhas que fizemos todos os dias, assim é para todos. Isso quer dizer que todas as pessoas com quem vivemos ao longo da vida e todas as situações pelas quais passamos são frutos de escolhas que não foram somente nossas, mas também de todos os que estiveram envolvidos nesses momentos.
Não se trata de um olhar esotérico ou espiritual sobre o tema. É pura lógica. São as várias escolhas e os vários livres-arbítrios sendo exercitados a todo tempo pelas pessoas que formam esse conjunto de momentos e acontecimentos chamado de vida!