Transcrição do episódio "40 – Henry Ford e a Produtividade"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
—
No início do século 20 o mundo estava passando pela Segunda Revolução Industrial. Muita coisa estava mudando nos processos produtivos da época. E há exatos cem anos o mundo foi brindado com uma das frases mais comentadas nos cursos de Administração e Marketing até hoje: “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto.”
Bom, a partir dessa frase já dá para ter uma ideia de quem nós vamos falar hoje, não é mesmo?
—
Sim, vamos falar de Henry Ford!
Um dos maiores empresários da história da indústria. Um magnata, mas, acima de tudo, um gestor visionário. Uma pessoa à frente do seu tempo que estabeleceu as bases para uma indústria mais moderna e produtiva. Um modelo de indústria que é utilizado por nós até hoje.
Mas os feitos de Henry Ford podem, ou melhor, devem também ser creditados a várias teorias que surgiram no final do século 19 e começo do século 20. Teorias que estavam propondo novas formas de organizar o trabalho nas indústrias daquela época. Teorias que afirmavam que o modelo que estava sendo utilizado estava ultrapassado e que representava um grande gargalo para o avanço tecnológico que já era grande para aquela época, pois o mundo havia recém descoberto a telefonia, a energia elétrica a aviação e várias outras maravilhas.
—
Mas era tudo teoria. Somente teoria. E o grande mérito de Henry Ford foi o de ter enxergado o potencial das ideias que estavam sendo disseminadas por pessoas como Frederick Taylor, Henri Fayol, Max Weber, entre outros. Henry Ford foi uma das poucas pessoas na história que conseguiu aplicar com sucesso tudo o que as novas teorias estavam propondo.
Ford enxergou nessas ideias uma forma de melhorar de forma significativa a produtividade do trabalho do ser humano. É por isso que o Coachitório Online de hoje vai falar das lições de Henry Ford sobre produtividade.
—
Uma das frases de Henry Ford que faz mais sentido para mim é: Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele.
Planejar antes de executar. É uma das premissas da Administração, da gestão de qualquer negócio, de qualquer empreendimento. O conceito é muito simples: trata-se de pensar antes de fazer. Pensar é uma atividade simples, que nos ajuda a economizar tempo e dinheiro, que nos previne de alguns erros básicos e nos ajuda a estarmos mais prontos para o futuro.
Mas você já reparou quantas decisões erradas são tomadas simplesmente porque não dedicamos tempo para pensar antes de fazer… Quantos conflitos podemos evitar quando planejamos as coisas, quando pensamos antes de falar?
Muitos… Com certeza…
Parte dessa explicação está no fato de que as pessoas não têm paciência para pensar antes de fazer. Planejar não é divertido. O legal é a ação, a execução…
Mas, para ser bem sincero, acho que nós temos que parar com esse negócio de querer fazer só o que é legal. Mesmo nos trabalhos mais bacanas, mais legaizinhos, existe a necessidade de planejamento. Tem essa parte chata. Às vezes temos que ler o manual de instruções antes de ir mexendo no aparelho que compramos. Às vezes temos que fazer contas para saber qual será o resultado. Às vezes é preciso estudar mais para sermos mais eficientes e produtivos. É preciso fazer a lista de compras antes de ir para o supermercado.
Mas, volto a dizer, infelizmente, para muitas pessoas, planejar ou pensar antes de fazer é muito chato. O bom mesmo é sair fazendo. E é aí que mora o perigo.
Henry Ford falava que pensar é um ato difícil porque poucas pessoas estão a fim de pensar antes de sair fazendo tudo o que der na telha. Ele estava certo, porque fazer as coisas sem planejar é sabotar o próprio resultado.
—
Outra frase muito legal de Henry Ford é: Qualidade significa fazer as coisas bem, inclusive quando não tem ninguém olhando.
Sorria, você está sendo filmado! Quem nunca viu essa simpática placa por aí, advertindo a gente de que estamos sendo observados e por isso devemos cuidar com as nossas condutas?
Pois é, parece que o ser humano precisa dessa sensação de vigilância. Algumas pessoas somente respeitam determinadas leis ou regras de convivência quando sabem que tem alguém olhando. Ainda assim, tem muita gente que ignora os avisos… Para outros, o aviso de que o ambiente está sendo vigiado dá uma sensação de segurança, de que as pessoas vão respeitar as regras e de que isso deixa todos mais seguros e protegidos. Pode ser que essa sensação de segurança seja somente isso mesmo: uma sensação.
Mas o fato é que as placas estão aí…
Acho que isso tem a ver com ética, com o caráter da pessoa. Eu acho que o que vale mesmo são as coisas que a gente faz quando não tem plateia para aplaudir. As coisas que a gente faz porque são certas e não porque dá para tirar uma foto e postar no Instagram… Acho que o que vale são os comportamentos e atitudes que temos quando as pessoas não estão olhando, nem para julgar ou criticar, nem para elogiar.
Isso me lembra de uma história bem simples. Algo que aconteceu comigo há alguns anos. Eu trabalhei em uma empresa que tinha muitas relações comerciais com pessoas do exterior. Certa vez recebemos a visita de um europeu, um cliente da Áustria. Ele comentou que achava interessante a necessidade de botar várias lombadas eletrônicas nas nossas cidades, sem falar nos radares fixos e móveis. Explicamos para ele que esses sistemas serviam para garantir que os motoristas respeitassem os limites de velocidade. E foi aí que ele perguntou: “- Ué, por que vocês apenas não colocam placas com os limites de velocidade?”
Mas que gringo ingênuo… Foi o que pensamos. Mas, será que era ele o ingênuo. Será que era ele que estava se enganando?
É por isso que temos que fazer bem as coisas quando não há ninguém olhando. Daria para ficar horas falando sobre ética no trabalho e tal, mas eu prefiro abordar um ponto bem simples, de uma forma bem direta: você já reparou a quantidade de pessoas que existe nas empresas somente para garantir que estamos fazendo o nosso trabalho? Controle de qualidade, auditorias e inspeções diversas… Chefia e supervisão… Nada contra… Muito pelo contrário, até porque boa parte da minha vida profissional está ligada a estas atividades. Mas eu acho um desperdício.
Me faz lembrar de uma música, do Capital Inicial, chamada Quatro Vezes Você: “o que você faz quando ninguém te vê fazendo? Ou o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?”
—
Muito bem, Coachitório Online! As experiências de Henry Ford influenciam as pessoas até hoje. Mais do que isso: elas moldaram a forma como as nossas empresas e o nosso trabalho é organizado. De certa forma, todos nós estamos apertando parafusos de acordo com as premissas da divisão de tarefas e especialização das atividades que ele tornou realidade.
Apesar deste modelo ter sido satirizado por Charles Chaplin, no clássico filme “Tempos Modernos”, ele é utilizado com sucesso por muitas empresas até hoje e, sem dúvida, permitiu grandes avanços em termos de produtividade e qualidade na indústria do século 20.
Bom, por falar em apertar parafusos, lembro você de apertar o botão de “seguir” o Coachitório Online e também de compartilhar nas suas redes sociais e convidar os seus amigos a nos acompanhar nessa jornada.
Para quem está chegando agora, seja bem-vindo. Acompanhe a gente pela sua plataforma favorita. E também te convido a deixar a sua mensagem. Compartilhe com a gente as suas sugestões e as suas opiniões. No Instagram eu sou o fabiano.goldacker e você me encontra também no Linkedin e no Facebook. Você também pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br
Obrigado a você que sempre tem nos acompanhado! Encontro você no próximo episódio! Um abraço!