Transcrição do episódio "174 – Daniel Goleman e a Inteligência Emocional"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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Vamos falar de:
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
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As organizações não podem mais negligenciar os efeitos que as emoções humanas promovem no local de trabalho
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Essa frase é de Daniel Goleman, jornalista e escritor americano que ficou mundialmente conhecido por suas pesquisas e publicações ligadas às questões comportamentais do ser humano. É atribuída a ele a criação da expressão “inteligência emocional”, que é justamente o título do seu primeiro livro, lançado na década de 1990, com o qual ele ficou mundialmente conhecido. Até os dias de hoje, Daniel Goleman percorre o nosso planeta dando aulas, palestras, treinamentos e consultorias. Escreveu e publicou vários livros depois do seu primeiro sucesso, todos eles falando sobre temas relacionados à inteligência emocional.
Daniel Goleman não inventou a inteligência emocional. Ele não inventou o lado emocional do cérebro, tampouco foi quem criou as questões comportamentais que representam o principal desafio para o ser humano dentro das organizações. O mérito de Daniel Goleman reside no fato de ter observado e estudado as questões comportamentais e de ter tornado a inteligência emocional algo tangível, observável e, principalmente, aceito dentro das organizações.
Eu falo que a aceitação é o principal ponto da inteligência emocional proposta por Daniel Goleman porque as questões comportamentais já vinham sendo tema de estudos há, pelo menos, cem anos. O famoso experimento de Hawthorne, conduzido por Elton Mayo, acabou trazendo insights sobre o quanto a atenção dada às pessoas fazia com que os colaboradores trabalhassem com mais empenho e qualidade. Elton Mayo mostrou que normas, procedimentos e regras de trabalho eram cumpridas com mais atenção pelos trabalhadores. Tudo por conta do relacionamento interpessoal.
Aliás, o trabalho de Elton Mayo e o relacionamento interpessoal acabaram fazendo com que surgisse a primeira teoria dedicada à gestão de pessoas. Ainda no final dos anos 1920, a americana Mary Parker Follett lança a Escola das Relações Humanas, lançando também bases importantes para a Administração moderna.
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Essas origens históricas que eu apresentei não servem para diminuir a importância do trabalho de Daniel Goleman. Muito pelo contrário! Servem para mostrar que as raízes do seu trabalho são profundas e que a solidez do seu trabalho se deve justamente ao fato de que essa base histórica foi resgatada por Goleman e serviu como base para toda a sua teoria.
Por isso é importante voltarmos à frase da Daniel Goleman que forma a base para este episódio. Ele afirmou que as organizações não podem mais negligenciar os efeitos que as emoções humanas promovem no local de trabalho. Em termos mais populares e menos científicos, Goleman alerta que o elefante está na sala, ou seja, não dá para fingir que não reconhecemos as emoções humanas, tampouco os efeitos que estas emoções exercem sobre o ser humano e, consequentemente, para o sucesso da organização.
Lá no comecinho do episódio eu comentei que não foi Goleman quem inventou a inteligência emocional. Mas foi ele que mostrou o quanto saber lidar com as emoções é fundamental para as pessoas, porque a vida profissional tornou-se mais exigente, acelerada, estressante e ambígua, o que tem feito com que as pessoas procurem cada vez mais por seus valores e por meios de alcançar a estabilidade emocional em meio a este mundo caótico. Nesta busca por respostas, as pessoas têm percebido que um olhar para dentro de si e a paz interior são fontes muito importantes para a sua adaptação ao ambiente e estabilidade no longo prazo.
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Sim, estamos falando de estabilidade emocional do ser humano como fator decisivo para o desempenho das pessoas e o resultado e estabilidade das empresas. O ouvinte mais atento logo irá perceber que a inteligência emocional é um caminho para a produtividade e o lucro. Assim, o ouvinte mais crítico irá questionar por que todas as teorias, iniciativas e boas práticas devem sempre focar o resultado das empresas. Essa pergunta faz sentido e nos leva a refletir sobre a forma como nos relacionamos com o lucro e o sucesso das empresas. Ou melhor, nos leva a pensar se faz sentido pensarmos que o foco no resultado das empresas é algo que deve ser sempre criticado e apedrejado.
Na minha singela opinião, empresas devem ter lucro e devem crescer. Assim teremos uma Economia que cresce e prospera e nós, simples mortais, teremos na estabilidade econômica uma importante fonte de estabilidade emocional. Sim, acredite, estar estável no emprego e estável financeiramente é essencial para estarmos estáveis emocionalmente. O dinheiro e a carreira não são os principais fatores que levam à estabilidade emocional, mas ajudam muito.
A boa notícia é que a frase de Daniel Goleman que inspira este episódio nos avisa que há formas diferentes, mais leves e melhores de encararmos o trabalho. Para as empresas, esta frase mostra que não dá mais para abrir mão de um bom ambiente, boas lideranças e bom relacionamento interpessoal no trabalho. E aí voltamos novamente um pouquinho no tempo deste episódio para lembrar que Daniel Goleman lançou seu livro sobre inteligência emocional no começo dos anos 1990. Uma obra desta magnitude levou anos para ser escrita e vários outros anos para que a teoria deixasse de ser um embrião para ser uma realidade. Quero dizer que Daniel Goleman se inspirou em uma realidade cruel do capitalismo dos anos 1970 e 1980, auge da guerra fria e, coincidência ou não, época em que os baby boomers começavam a ocupar os cargos gerencias nas empresas. Os tempos eram sombrios no mundo dos negócios, pois as empresas visavam o lucro acima de tudo, de qualquer jeito, pouco se importando com o meio-ambiente e com as pessoas.
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O cenário estava pronto. O campo de observações era imenso e as bases teóricas já estavam disponíveis desde o início do século passado. Faltava somente alguém ter a competência de enxergar o que estava acontecendo e a coragem de se dedicar a usar toda essa matéria-prima para estudar e transformar a inteligência emocional não só em uma teoria, mas sim em uma metodologia de trabalho e, por que não dizer, em um alerta de que podemos fazer as coisas de um jeito melhor.
Na carona da inteligência emocional surgiu outro conceito igualmente importante: o Quociente Emocional. Você já deve ter ouvido falar no QI, que é o Quociente de Inteligência. Trata-se de uma escala que mede o quão inteligente uma pessoa é em relação a pessoas de faixas etárias semelhantes. É o que a gente vivia na escola quando dizíamos que um determinado colega era mais inteligente do que outro só por meio das notas que ele tirou nas provas.
O conceito de QI ainda é válido, mas hoje em dia recebe o complemento do conceito de Quociente Emocional, pois, se o QI mostra a capacidade que uma pessoa tem de raciocinar e encontrar soluções para problemas, o Quociente Emocional avalia a nossa capacidade de reconhecer, lidar e gerenciar emoções, tanto as nossas quanto as de outras pessoas. Pessoas com alto Quociente Emocional tem um bom autoconhecimento e boa percepção dos seus próprios sentimentos e dos sentimentos dos outros. Além disso, conseguem ter um controle maior sobre os efeitos do estresse e ansiedade.
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A combinação do QI com o Quociente Emocional é poderosa. Digo isso porque é incrivelmente mais fácil administrar dados, informações, lógica do que fenômenos emocionais de origens diversas, intensidades variáveis e impactos diretamente proporcionais à condição psicológica de cada pessoa. Não adianta ter só um alto QI, pois pessoas dotadas de grande habilidade intelectual, muita cultura e conhecimento muitas vezes se veem derrotadas pelo domínio do emocional.
A vida de hoje está muito corrida e, às vezes, as questões podem ser tão complicadas, o tempo tão curto, as perturbações tão invasivas, a agitação emocional tão forte ou a fadiga mental tão profunda que não temos condições cognitivas de agir de forma racional. Por isso precisamos contar com a inteligência emocional para nos manter em equilíbrio. E, para isso, é importante encontrarmos ambiente sociais e profissionais em que esse equilíbrio seja possível
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Fala, galera do Coachitório Online.
Administrar bem as emoções é uma capacidade que pode ser desenvolvida. É um processo gradativo de autoconhecimento, mas é possível. Há teoria, ferramentas e treinamentos para desenvolvermos a inteligência emocional. Mudanças positivas passaram a ser observadas no local de trabalho quando as organizações se abriram para a prática da inteligência emocional, o que significou tratar os funcionários como seres humanos completos no que diz respeito aos seus estados físico, mental, emocional e espiritual. E isso é muito bom, pois na sociedade altamente ansiosa e consumista em que vivemos, a grande maioria dos pais não está conseguindo transferir o capital intelectual e emocional para os seus filhos, assim como os líderes não estão conseguindo transferir estas habilidades para as suas equipes.
Mas eu quero ouvir você! Quero saber se o seu ambiente de trabalho é emocionalmente estável e se você já realizou algum trabalho na linha da inteligência emocional e do autoconhecimento. E também lembro que você pode participar ativamente dessa temporada. Diga que frase ou personalidade você quer ver aqui no Coachitório Online. Deixe a sua mensagem e também as suas sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!