Transcrição do episódio "124 – Mudanças"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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MUDANÇAS
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Nada é tão permanente quanto a mudança! É o que afirmava Heráclito de Éfeso, filósofo grego que viveu no século 6 antes de Cristo. Essa frase de Heráclito representa a síntese da sua obra filosófica, pois ele era um grande defensor do pensamento de que tudo flui, que simboliza um mundo em constante movimento e evolução, ou seja, um mundo que está sempre mudando.
Para nós, esse pensamento pode parecer óbvio. Só que cerca de 2500 anos atrás o mundo era muito mais misterioso do que ainda é. As discussões a respeito da origem da vida e do nosso papel neste planeta começavam a ficar acirradas e cada filósofo defendia sua tese com unhas e dentes. Heráclito talvez tenha sido o primeiro a constatar que a mudança é uma constante e que é um fenômeno do qual não conseguimos escapar.
O Coachitório Online já foi palco para este tema algumas vezes. No episódio #24, da segunda temporada, falamos sobre as lições de Charles Darwin sobre mudança e eu confesso que Darwin é uma das minhas maiores inspirações quando eu falo sobre mudança. Embora todos os seus estudos e publicações tenham sido desenvolvidos na área da Biologia, as descobertas de Darwin falam muito sobre a nossa vida pessoal e profissional e as suas frases fazem muito sentido para explicar ou servir como metáfora para muitas das situações pelas quais passamos. E nem poderia ser diferente, afinal de contas, estamos falando de ciência.
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É justamente sob a inspiração de Heráclito de Éfeso e Charles Darwin que eu quero falar novamente sobre mudança. Melhor ainda: quero falar sobre a minha mudança. Uma mudança literal, do tipo raiz, que aconteceu comigo. Vou explicar: recentemente eu me mudei para a minha nova casa, meu novo apartamento. Pela primeira vez em toda a minha vida eu estou morando sozinho. Essa mudança ainda é recente, de forma que eu ainda não consigo relatar as minhas experiências sobre este fato. Mas eu consigo falar sobre o processo e, claro, consigo fazer algumas analogias entre a mudança física e as mudanças que a gente promove nossa vida pessoal e profissional.
O meu processo de mudança começou quando eu defini os critérios básicos no qual meu futuro lar ia se encaixar. Defini o tamanho que eu desejava para o apartamento, os bairros em que eu pretendia morar, o valor do imóvel e do condomínio (claro!). Além desses fatores, havia outro ponto que eu não abria mão: o apartamento precisaria estar mobiliado. Com esses critérios em mãos, me pus a procurar um lugar que tivesse a minha cara. Pois é, um lugar que tivesse a minha cara! É fácil achar um lugar assim, desde que você saiba qual é o seu jeito, o seu perfil, enfim, a sua cara!
Todos os fatores auxiliaram a corretora de imóveis na busca pelo local que supostamente tivesse a minha cara. Várias alternativas foram apresentadas e alguns imóveis foram visitados, todos preenchendo os pré-requisitos que eu listei há pouco. Só que eu não havia encontrado um lugar que preenchesse todos os requisitos satisfatoriamente. Na realidade, ainda não havia encontrado a minha “alma gêmea habitacional”, se é que você me entende.
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Até que um dia a corretora me fez uma pergunta muito simples. Quando falávamos sobre os apartamentos mobiliados que ela havia me apresentado, mas que não haviam me conquistado, ela me perguntou qual era meu estilo. Ela queria saber qual era a minha cara. E lá estava eu, na casa dos 40 anos, com vários anos de experiência em Coaching e consultoria e com mais de uma centena de episódios do Coachitório Online nas costas, mas ainda sem saber verbalizar qual era a minha cara, o que eu efetivamente procurava.
E diante da desafiadora pergunta que a corretora me fez, comecei a refletir novamente sobre mim mesmo, em um verdadeiro exercício de autoconhecimento. Ela salientou que encontrar um imóvel que tivesse o meu estilo era fundamental, pois aquele seria o meu lar, o lugar onde eu passaria muitos anos da minha vida. E ela estava certa!
Eis que eu consegui identificar e explicar o que eu estava procurando e logo apareceu o imóvel que futuramente seria meu lar. Dizem que o Universo conspira positivamente para que as coisas que a gente deseja deem certo. Dizem que aquilo que observamos e encontramos com mais facilidade aquilo que tornamos consciente, que desejamos encontrar. Tudo isso é verdade, aliás, para mim é tão verdadeiro que já falamos destes assuntos em alguns episódios do Coachitório Online. Mas sempre é uma grata satisfação e surpresa quando essas verdades universais acontecem com a gente.
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Negócio fechado! Agora é só fazer a mudança. Uma coisa estava clara: o apartamento não iria comportar tudo aquilo que eu carregava comigo. Eu tinha muita coisa guardada e nem tudo poderia ou deveria seguir viagem comigo. Coisas que haviam estado comigo por vários anos, mas que não faziam mais sentido nessa nova fase que eu estava iniciando.
E esse foi um dos passos mais marcantes da minha mudança: olhar para tudo que era meu e dar o destino correto para cada uma das coisas. A maioria das coisas continuaria comigo, mas havia itens que precisavam ser doados e outros que precisavam ser descartados. Tudo com muito respeito e gratidão. Desnecessário dizer que esta é mais uma metáfora sobre o quanto a minha mudança de casa se assemelha aos processos de mudança que promovemos na nossa vida e na nossa carreira. Essa metáfora está descrita lá no episódio #58 do Coachitório Online, quando falamos sobre as coisas que carregamos na nossa mochila.
Eu acredito muito no efeito comportamental que o processo de mudança causa nas pessoas. Desde o começo, eu sabia que havia coisas que eu precisava doar ou descartar e que isso era necessário não só por uma questão de espaço físico, mas também para que aquilo que não fazia mais sentido na minha vida cedesse lugar para as coisas novas que eu precisava e aguardava receber. E, como num passe de mágica, logo após eu ter realizado esse processo de desapego, eu recebi vários presentes de pessoas queridas. Recebi coisas novas, dadas com amor e carinho, úteis e significativas para este momento da minha vida. Recebi presentes que ocuparam o espaço físico e sentimental deixados por aqueles itens que eu havia doado e descartado. Novamente entravam em funcionamento as leis universais do retorno e da gratidão, que podem até não fazer sentido para muitas pessoas, até o dia em que elas passam por essa experiência.
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Bom, eu já compartilhei com vocês sobre o processo da descoberta do meu estilo, da procura pelo apartamento e das decisões que eu tive que tomar sobre aquilo que eu iria manter, doar ou descartar. Mas falta falar de um ponto fundamental: a mudança em si. Quem já se mudou de casa sabe que é um processo desgastante do ponto de vista físico e emocional. Mudar dá trabalho e faz com que a gente queira desistir no meio do caminho. Aliás, na nossa vida pessoal e profissional a gente frequentemente se depara com mudanças que nos desgastam e que fazem com que a gente queira desistir no meio do caminho.
Comigo não foi diferente. Deu muito trabalho carregar e guardar as coisas. Deu certa frustração perceber que nem tudo estava funcionando como eu desejava e eu confesso ter ficado aborrecido com isso, a ponto de me perguntar: “- Será que estou fazendo a coisa certa?”. Acreditem: lá estava eu, a dois passos do paraíso (como dizia aquela música dos anos 1980), com 99% da mudança concluída, mas focando no 1% que faltava para concluir o processo. Isso é para você ver, de forma bem sincera da minha parte, que mudanças dão trabalho, tiram a gente da zona de conforto, fazem com que a gente queira desistir e nos seduzem a olhar somente para o que não saiu como planejado.
Essa tentação de olhar para o lado negativo do processo de mudança é muito maligna. Parece que nessas horas tudo o que a gente olha se torna um problema, o que confirma aquela frase que nos ensina que tudo o que focamos tende a se expandir. Aconteceu comigo e, se aconteceu ou está acontecendo com você em suas mudanças, saiba que não está sozinho e que eu acho que não há nada mais natural do que se sentir meio que perdido no meio do processo, literalmente perdido como um cachorro em dia de mudança.
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Mas a boa notícia é que esse processo tem um fim. Claro que tem, afinal de contas toda mudança começa com um objetivo. O meu objetivo era o de morar em minha própria casa e tudo o que eu relatei para você até agora estava diretamente ligado ao alcance desse objetivo. As mudanças pelas quais você passou, está passando e ainda vai passar também têm objetivos claros e são esses objetivos que irão manter você firme na rota que você definiu, apesar dos percalços e da tentação de parar no meio do caminho.
Tudo o que eu posso dizer é que mudar vale a pena. Minha mudança é recente. Pouco tempo se passou desde o dia em que eu me mudei até o dia em que escrevo estas linhas. As pessoas me perguntam “- Como está a casa nova?” ou “- Como você está se sentindo?” ou ainda “- Como está a adaptação ao novo lar?” e eu confesso que ainda não sei a resposta para essas perguntas. Me limito a dizer que estou bem, estou feliz pela realização e que ainda tenho que me encontrar o meu ritmo, a batida perfeita na minha nova casa. Acima de tudo, a resposta que eu dou para estas perguntas é que valeu a pena ter mudado.
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Fala galera do Coachitório Online!
Descoberta, decisão e ação. Quem acompanha o meu trabalho de Coaching e Consultoria e também que acompanha nosso podcast, ebooks, blog de mais postagens já deve ter ouvido falar da trilha da descoberta-decisão-ação. Percorremos essa trilha quase que diariamente. Ela funciona tanto para as coisas grandiosas como também para os mínimos assuntos do cotidiano. Descobrimos e, com base no que descobrimos, tomamos decisões que somente terão efeito quando agimos em função do que descobrimos e decidimos. Eu tive que descobrir o meu estilo, a minha cara, pois só assim eu encontraria o apartamento com que eu sonhava. Quando eu descobri e encontrei, tomei a decisão de fazer negócio e me mudar. Só que a mudança propriamente dita somente aconteceu quando eu agi.
E, como eu comentei anteriormente neste texto, a minha mudança de casa serve como uma metáfora para as mudanças que realizamos em nossas vidas. Os sonhos, desafios, frustrações e, finalmente, a conquista, fazem com que todo o esforço valha a pena. Diante disto, eu quero lhe perguntar: essa história que eu contei faz sentido para a mudança que você está fazendo ou quer fazer em sua vida? Se fizer sentido, compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!