• 5ª Temporada
  • A Temporada que Vai Virar Livro!

  • Em 2016, eu lancei o meu primeiro livro, os 50 textos, que, como o próprio nome diz, é uma coletânea de textos sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão. As pessoas começaram a me perguntar quando eu iria lançar a nova versão dos 50 textos. Pois bem, nada como unir o útil ao agradável, não é mesmo? Em outras palavras, os episódios da 5ª. temporada servirão como base para os 50 textos do meu próximo livro sobre desenvolvimento humano, liderança e gestão.

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114 – Nossa vida é uma preencheção de buracos?

Tem um livro infantil bem legal, chamado “A parte que falta”. Esse livro conta a história de uma figura circular, na qual faltava um pedaço. A simpática figura circular percorreu o mundo procurando pela parte que faltava, pois acreditava que aquela pequena parte era bem o que faltava para que ela fosse feliz. Qualquer semelhança com a nossa vida não é mera coincidência, pois muitas vezes dedicamos muito tempo da nossa vida para preencher os vazios que julgamos serem os responsáveis por nos afastar da felicidade!

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Transcrição do episódio "114 – Nossa vida é uma preencheção de buracos?"

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.

NOSSA VIDA É UMA PREENCHEÇÃO DE BURACOS?

Ele era um ser circular. Uma roda. Só que nele faltava uma parte. Como uma pizza da qual foi tirada uma fatia. Não fosse por aquela parte que faltava, seria um ser perfeito. A parte que faltava fazia muita falta, mas ele conseguia se virar, ou melhor, conseguia rolar. A parte que faltava não o deixava rolar muito rápido, mas justamente por não rolar apressadamente por aí ele conseguia perceber as coisas que estavam ao seu redor e reconhecia a importância de parar para conversar com uma minhoca e até parar para deixar uma borboleta pousar sobre a sua superfície.

Ainda assim, buscava incansavelmente a parte que faltava nele. Passava por vários e vários lugares, até que um dia encontrou a parte que faltava e ficou muito contente. Só que a parte que faltava retrucou, dizendo que não era parte de nada. Avisou que era um todo e não apenas uma parte. Disse que estava completa e não queria ser parte de ninguém.

Desapontado, ele pediu desculpas e continuou a rolar. Na sua jornada achou várias partes, só que elas eram grandes demais, pequenas demais ou diferentes demais para completar o que lhe faltava. Até que um dia achou uma parte que se encaixava perfeitamente nele. Decidiram tentar, só que a parte que faltava logo se soltou porque ele não a estava prendendo com muita força. Decidiu, então, prender com mais força, só que essa força excessiva acabou quebrando a parte que faltava. Ficou triste, mas continuou a rolar por aí, vivendo aventuras e desafios, caindo em buracos e se deparando com obstáculos difíceis de transpor.

Até que um dia achou uma parte que parecia perfeita! Apressou-se em se apresentar e perguntou se aquela parte era parte de alguém. A parte disse que não sabia. Ele continuou o diálogo, perguntando à parte se ela desejava ser apenas parte de si mesma, pois lembrou do que aquela outra parte havia falado para ele. Mas, de uma maneira muito tranquila, a parte respondeu que poderia ser parte de si mesma, como também poderia ser parte de alguém. 

Decidiram tentar. Para a surpresa e felicidade de ambos, o encaixe foi perfeito. A alegria foi grande e ele tratou de começar a rolar e, por estar completo rolou para longe. Rolou muito rápido, tão rápido que não tinha mais tempo de parar para falar com a flor e com a minhoca ou de simplesmente parar e deixar que a borboleta nele pousasse.

Apesar disso, podia agora cantar a sua canção, dizendo que tinha achado a parte que lhe faltava. Só que a canção não saía mais com alegria. A canção não fazia mais sentido. Resignou-se e parou de rolar, porque sentia falta da conversa com a minhoca e do pouso da borboleta. Entristecido, mas com cuidado, deixou a parte que lhe faltava sair e seguir o seu caminho. Com mais cuidado ainda, rolou para longe e, enquanto rolava, começou a cantar novamente dizendo que estava em busca da parte que nele faltava. Mas agora estava feliz, não por voltar a buscar uma parte que lhe faltava, mas sim por ter descoberto que estava completo. Sempre esteve, mesmo com a parte que lhe faltava.

Esse trecho que eu acabei de ler é um pequeno resumo do livro “A parte que falta”, escrito e ilustrado pelo americano Shel Silverstein. O livro foi publicado originalmente em 1976 e conta a história de um ser circular que se sente incompleto e procura a parte que, para ele, está faltando para garantir a felicidade completa. Ao procurar pela parte que lhe falta, o ser circular descobre que a felicidade está dentro de nós mesmos, e não no outro. Acaba descobrindo que somos completos do jeito que somos e que não devemos depender do outro para amarmos ou sermos felizes.

Só que no último ano ganhou muita repercussão nacional por causa de um vídeo em que a blogueira Julia Tolezano lê o livro e se emociona com os trechos da publicação. O livro nos lembra “O Pequeno Príncipe”, pois sua mensagem e suas ilustrações simples fazem com que essa obra seja uma leitura acessível para as crianças e, principalmente, para os adultos. Aliás, apesar de ser um livro infantil eu me arrisco a dizer que é um livro que faz muito mais sentido para os adultos, por um simples motivo: por que estamos sempre à procura de algo que nos falta? Ou melhor, por que temos sempre a sensação de que algo está faltando?

Uma explicação para isso talvez esteja na própria essência do ser humano, pois somos parte da natureza. Essa é uma informação importante, que deve ser reforçada, pois muita gente acredita que a natureza é algo que está lá fora, que não faz parte de nós e que somos apenas alguém que ocupa um espaço na natureza. Mas não é assim. A Biologia já nos explicou que somos parte integrante dessa maravilha chamada de natureza. Essa informação é importante porque a Física e a própria Biologia nos afirmam que a natureza abomina o vácuo. Significa dizer que não há espaço vazio no universo e essa era uma das grandes questões que povoaram a mente de muitos cientistas brilhantes nos últimos séculos. Albert Einstein era um deles.

Só que não estamos tratando aqui somente de coisas físicas, materiais ou tangíveis. Quando afirmamos que a natureza abomina o vácuo, podemos levar esta afirmação para aquilo que é intangível, como os sentimentos e emoções. O livro “A parte que falta” fala justamente sobre essa tentativa de estarmos sempre procurando por algo que falta para preencher o vazio que nos incomoda. Esse vazio que nos incomoda pode ser uma falsa sensação de falta de felicidade porque não conseguimos encontrar na vida que vivemos ou na carreira que conquistamos motivos suficientes para a nossa felicidade. E assim, ficamos continuamente na busca por aquilo que nos falta.

Isso está longe de ser uma crítica, até porque, como falamos há pouco, a natureza não gosta de espaços vazios. A natureza é muito forte e vai nos impelir a buscar e encontrar aquilo que supostamente vai nos preencher e vai nos fazer sentir melhor. Só que às vezes não é a natureza que coloca essa pressão em nossos ombros. Às vezes a pressão vem de nós mesmos. Às vezes a pressão vem da sociedade, que dita as regras daquilo que é necessário ser ou ter para encontrarmos a felicidade.

E assim estamos sempre nos empenhando em buscar uma carreira melhor, uma casa melhor, um carro melhor, as viagens que todo mundo faz e que deveríamos fazer também. Tentamos ter os filhos perfeitos e sermos pais perfeitos para estes filhos e tentamos ter o relacionamento perfeito, tudo como manda o figurino daquilo que é normal para a sociedade e que as pessoas esperam que a gente tenha.

No entanto, às vezes falta uma dessas partes. Temos tudo, conquistamos tudo, mas sempre falta uma parte. E ficamos infelizes porque essa parte está faltando. Nos empenhamos na luta para preencher nosso vazio íntimo com “coisas”. E o mais curioso de tudo é que ignoramos tudo o que somos e o que fizemos e acabamos focando somente naquilo que falta. Assim, acabamos definindo a felicidade ou o sucesso não por aquilo que já vivemos e realizamos, mas sim por aquilo que alta. Acho isso injusto, incorreto e até opressor da nossa parte.

Significa, então, que devemos deixar nossos sonhos e objetivos para trás e ficarmos felizes com aquilo que temos e já conquistamos? Se isso te fizer sentido, a resposta é sim. Só que isso não pode ser usado como desculpa para você ficar na zona de conforto, pois é muito tênue a linha que delimita a felicidade plena nas pequenas coisas e a zona de conforto que nos leva para a morte antes da morte.

Mas se faz sentido para você continuar em busca da melhoria contínua, de crescimento e evolução, de novas conquistas e novos aprendizados, vá em frente! Eu me identifico muito com esse grupo, até porque acabei descobrindo também que as pessoas que estão sempre investindo em si mesmas para crescer e evoluir não necessariamente estão em busca da parte que lhes falta. Muito pelo contrário: é provável que essas pessoas já descobriram que são felizes mesmo que uma parte ainda lhes falte. 

Fala galera do Coachitório Online!

Você já percebeu que fica um vazio para trás sempre que deixamos a nossa zona de conforto e partimos em busca de novos desafios, de crescimento e evolução? Surge aquela sensação de que aquilo que ficou para trás precisa ser preenchido. Acontece que às vezes esse receio de deixar coisas vazias é o que nos impede de seguir em frente. Queremos seguir a jornada, mas a sensação de culpa de deixar um vazio para trás pode travar o seu movimento.

É por isso que eu quero lhe fazer uma pergunta: qual é o vazio que você tem medo de deixar hoje? Se fizer sentido para você, compartilhe a sua resposta com a gente. Deixe a sua mensagem, sugestões e opiniões nas nossas redes sociais. Se preferir, pode escrever para fabiano@ponteaofuturo.com.br  

Tenho outro pedido para você: sabe aquele episódio que te marcou, aquele que você mais gostou? Pois é, compartilhe este episódio com os seus amigos nas suas redes sociais. E lembre-se também de apertar o botão para seguir o nosso podcast, pois assim a gente aumenta o número de pessoas que acompanha o Coachitório Online. 

Esse é o Coachitório Online. Obrigado a você que sempre acompanha os episódios semanais do nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. Para você que está chegando agora, seja bem-vindo. Eu te convido conhecer todas as temporadas do nosso podcast e também quero te convidar a conhecer a Jornada! É um processo que nós desenvolvemos para promover o seu crescimento pessoal e profissional por meio da metodologia e das ferramentas do Coaching. Tudo isso online! E o melhor de tudo: todo esse processo será conduzido pelo melhor Coach que você já conheceu: você! Conheça a Jornada e seja Coach de si mesmo!

Encontro você no próximo episódio! Um abraço!