Transcrição do episódio "101 – É Tudo Fofoca"
Olá, pessoal! Meu nome é Fabiano Goldacker. Sou Coach Executivo da Ponte ao Futuro.
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É TUDO FOFOCA!
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Deixa eu lhe perguntar uma coisa: é possível ser uma pessoa legal e comunicativa sem se envolver em fofocas? Aliás, é possível viver imune às fofocas que circulam nos corredores do nosso ambiente de trabalho, nas redes sociais e até na nossa família? É difícil, mas não impossível. Se olharmos no dicionário, vamos descobrir que a palavra “fofoca” está diretamente relacionada a bisbilhotar, mexericar, falar sobre a vida dos outros. Em outras palavras, fofocas sempre estão associadas a algo pejorativo, algo que faz mal a outra pessoa.
Tendo isto em mente, é preciso entender que ser comunicativo é diferente de ser fofoqueiro. E a grande diferença está justamente no conteúdo da pessoa comunicativa e do fofoqueiro. A pessoa que é comunicativa geralmente tem capacidade para conversar sobre vários assuntos, e não necessariamente falar de forma negativa sobre pessoas ou colegas de trabalho. Pessoas comunicativas geralmente têm conteúdo para desenvolver conversas interessantes. Por outro lado, pessoas fofoqueiras geralmente têm pouco a agregar, tem pouca coisa que seja útil para alguém.
Então, no que diz respeito às empresas, penso que ser comunicativo está muito mais relacionado a fazer circular informações que sejam úteis e importantes ao trabalho e que agreguem valor às demais pessoas. Se não for para ter conversas deste tipo, é melhor não se envolver.
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Digo isso porque pesquisas já apontaram que a boa parte das pessoas declaram que a fofoca é a pior situação já enfrentada no ambiente de trabalho. As pessoas que sofrem das fofocas podem passar por situações de assédio moral e até terem prejuízo em seu desempenho profissional, podendo inclusive perder oportunidades de crescimento em seu trabalho quando uma fofoca viraliza e acaba sendo tomada como verdade por todo mundo.
Aliás, devo dizer que na medida que eu escrevia as linhas que você ouviu até agora, me dei conta que usei duas palavras que, na minha opinião, simbolizam bem o que é a fofoca: é um vírus. Lá no comecinho deste episódio eu perguntei se é possível viver imune às fofocas. Notem bem: usei a palavra “imune”, no sentido de imunidade. Também usei agora há pouco a palavra “viralizar”, que é a palavra que utilizamos para dizer que um vírus se espalhou.
Vírus! As fofocas são justamente isso. Um vírus que infecta as pessoas que não têm imunidade, ou seja, capacidade de se defender do ataque que recebem. Um vírus que infecta as pessoas que não se protegem e, principalmente, as pessoas que convivem em ambientes onde o vírus da fofoca está presente.
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Ninguém faz fofoca sozinho. Ninguém conta para si mesmo histórias sobre os outros. Para que exista uma fofoca, é preciso que existam, pelo menos, três pessoas envolvidas: os dois mexeriqueiros e a pessoa que é a vítima do falatório. É aí que surge o primeiro grande desafio para desenvolvermos um remédio contra a fofoca, porque as empresas são feitas por pessoas, com histórias, culturas e educação diferentes. Pessoas com perfis diferentes e opiniões próprias. Pessoas que têm uma vida fora das paredes da empresa e que são suscetíveis ao que acontecem ao seu redor.
Pronto! Estão aí os ingredientes principais que qualquer mente criativa ou maldosa precisa para inventar uma história a respeito de alguém. Ou para espalhar algo que realmente aconteceu, mas que não diz respeito ao fofoqueiro de plantão. O que estas pessoas não sabem é que estão lidando com um assunto muito sério!
É quase inevitável que nas empresas existam aqueles grupos de conversas ou até algumas panelinhas. Grupos que surgem por conta de alguma afinidade que existe entre os membros e geralmente esses grupos acabam se tornando um canal de fácil acesso para todos extravasarem suas insatisfações a respeito do trabalho e também sobre outras pessoas. O problema é que quando as mensagens caem em mãos erradas as implicações disso podem ser severas. Judicialmente, inclusive!
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Vários são os casos já mostrados de pessoas que acabaram sendo processadas por terem difamado ou exposto a vida de outra pessoa de maneira inadequada. Alguns Tribunais Regionais e até o Tribunal Superior do Trabalho já têm decisões transitadas em julgado que condenam as empresas ao pagamento de danos morais às pessoas que foram vítimas de fofocas no ambiente de trabalho. Vou repetir: os tribunais estão punindo as empresas. Eu salientei isso porque a empresa acaba sendo a punida porque a fofoca, a causa-raiz de todo o problema, surgiu no ambiente de trabalho. Os tribunais entendem que as empresas são coniventes com a situação, muito embora não seja possível afirmar isso de forma categórica ou generalizada.
Veja bem: o que eu quero dizer é que o fofoqueiro não só prejudica a vida da pessoa que foi vítima do mexerico, como também prejudicou a empresa em que trabalha e, certamente, prejudicou a sua própria carreira porque é bem provável que perca o emprego e coloque uma mancha em seu currículo.
Para evitar que a fofoca se instale dentro das organizações, muitas empresas têm elaborado códigos de conduta que instruem o colaborador a lidar com diversas situações dentro da empresa, inclusive com a fofoca. Eu acho que esta iniciativa é muito importante. Também acho que uma conversa aberta e transparente é fundamental para lidar com a situação, ou seja, se você é vítima de fofoca, não há nada de errado em procurar o fato gerador da fofoca e ter uma boa conversa com essa pessoa.
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No entanto, talvez você não se sinta à vontade para chamar o fofoqueiro para esta conversa aberta e transparente. Então eu sugiro que você comente o caso com o superior imediato desta pessoa, com alguém da área de Recursos Humanos ou Assistência Social ou mesmo com um colega mais próximo desta pessoa para lidar com o assunto de forma diferente.
Mas se a fofoca estourou e você for o alvo, num primeiro momento o que menos importa é provar se o que foi ventilado é verdadeiro ou não. Você gastará uma energia muito grande argumentando a sua versão da história. A primeira coisa a se fazer nesta situação é avaliar o impacto negativo que essa fofoca pode causar. Talvez não dê em nada e você acabe ignorando tudo por completo. No entanto, ela pode se alastrar e te prejudicar profissionalmente à medida que seus clientes, fornecedores, superiores, enfim, seus colegas de trabalho ou parceiros estratégicos fiquem sabendo e isso resulte em prejuízos consideráveis. Então a dica é avaliar a fofoca que estourou e considerar o impacto que isso pode lhe causar.
Pode haver também o outro lado da moeda, que surge quando somos acusados de lançar um determinado boato. Se a acusação for falsa, defenda-se, pois se você não tem nada a ver com o boato ficará mais fácil de comprovar isso porque a verdade aparece. Se você tem credibilidade e fofocas não fazem parte do seu perfil, não será difícil lidar com isso. A medida mais fácil é a prevenção. Fique imune a isso. Não participe, não compartilhe, não fomente, enfim, fique à margem de tudo isso. Se você vê aqueles grupinhos se formando no corredor para falarem de tudo e de todos, afaste-se deles. O mais importante é não gerar as fofocas e não dar reais motivos para ser taxado de fofoqueiro.
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Bom, depois de tudo isso, acho importante listar algumas dicas para que a gente saiba lidar, se imunizar e, principalmente, não criar as fofocas. A primeira dica é: não ajude a espalhar a fofoca. Evite conversas maldosas sobre outras pessoas e jamais espalhe comentários ou situações vexatórias sobre outras pessoas.
A segunda dica estimula justamente o oposto: se é para falar algo sobre alguém, que seja um comentário positivo. Elogie e destaque os pontos positivos da pessoa. Mas, se não tiver o que falar, fique calado.
Outra dica importante é denunciar a fofoca quando você perceber que ela está passando dos limites. Reporte essa situação ao seu superior imediato ou diretamente ao setor de Recursos Humanos da empresa. Ou, se preferir, trate do assunto diretamente com o fofoqueiro de plantão. Garanto para você que ele ficará surpreso com essa atitude.
Para quem é líder ou da área de Recursos Humanos, a dica é promover programas que visam ao entrosamento e interação entre as pessoas. É uma ação muito poderosa no que diz respeito a derrubar as crenças e preconceitos que envolvem a fofoca dentro das empresas.
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Fala galera do Coachitório Online!
Fofoca é um vírus que se espalha pelos corredores e pelas redes sociais. Para evitar ser o alvo de boatos alheios, verdadeiros ou não, a primeira atitude é não fazer parte do grupo que gera ou que espalha os boatos. Outro ponto importante é saber que, embora todos tenham uma vida pessoal e profissional, cada vez mais tem importado para empresas a forma como você se comporta na sua vida como um todo. Com o surgimento das redes sociais e serviços de mensagem, fica muito evidente quando a gente prega uma coisa na vida profissional e na vida pessoal faz completamente outra. É importante ter equilíbrio para que a sua conduta profissional não dê margem a fofocas e para que a sua vida pessoal e social seja congruente com a sua profissão, com o que você fala e até com o nível estratégico organizacional que você ocupa.
Eu também tenho uma pergunta para lhe fazer: você já presenciou fofocas no ambiente de trabalho? Qual foi o resultado delas, ou melhor, o que aconteceu com o fofoqueiro e com a pessoa que foi vítima da fofoca? Pense a respeito destas questões e, se fizer sentido, compartilhe a sua opinião com a gente.
Esse é o Coachitório Online. Obrigado a você que sempre acompanha os episódios semanais do nosso podcast sobre pessoas, carreira e liderança. Para você que está chegando agora, seja bem-vindo. Eu te convido conhecer todas as temporadas do nosso podcast.
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Encontro você no próximo episódio! Um abraço!