No texto que publicamos na semana passada, falamos que o principal gargalo que as empresas estão encontrando nos dias de hoje tem a ver com a dificuldade de atrair e reter pessoas comprometidas e qualificadas.
Essas dificuldades, por sua vez, acabam surgindo por conta de uma crise importante com a qual as empresas estão precisando lidar: a crise de liderança.
A liderança é componente crucial para o bom andamento da organização. O líder é o camisa 10, é quem organiza o jogo e promove o engajamento do time para com o resultado.
No entanto, parece que muito tem sido cobrado do líder e pouco tem sido feito para o seu desenvolvimento. Nunca se falou tanto em liderança, mas parece que ainda não conseguimos promover uma cultura de desenvolvimento contínuo para as lideranças.
Na prática, a crise da liderança começa a ser percebida quando os resultados esperados não são alcançados pela equipe. A crise começa a ser percebida também quando há sinais de aumento de rotatividade e absenteísmo ou, até mesmo, quando as pessoas da equipe reclamam abertamente da sua liderança.
Eu penso que crise de liderança é, em última instância, uma crise de comunicação. Todos os outros pontos importantes para o exercício da liderança (respeito, empatia, etc.), assim como o resultado esperado da equipe, ficam seriamente comprometidos quando há uma crise de comunicação.
Eu costumo dizer que comunicação é a “cola” entre o líder e a sua equipe. Essa afirmação está embasada, inclusive, numa das figuras mais presentes no dia a dia das empresas: o organograma. As linhas que unem as caixinhas do organograma representam o fluxo que as informações devem seguir entre as pessoas.
Ok, a comunicação é um ponto fundamental para a gestão de qualquer crise. Mas, no caso da liderança, como podemos estabelecer um bom processo de comunicação? Eu sugiro adotar algumas práticas simples:
- Ouça as pessoas. Se você perguntar para uma pessoa da equipe se está tudo bem, esteja pronto para ouvir a pessoa verdadeiramente;
- Dê feedbacks. Talvez seja esse o grande bicho-papão para os líderes. E o mais curioso é que o feedback é uma das coisas mais temidas, mas ao mesmo tempo é uma das coisas que os colaboradores mais sentem falta;
- Valorize o primeiro seguidor. Não estou me referindo ao puxa-saco, mas sim àquela pessoa que é o seu braço direito, que sempre está disposto a ajudar o líder. Aliás, tem um vídeo bem legal do TED que fala sobre a importância do primeiro seguidor;
- Use as palavras mágicas. Está tudo bem se o líder pedir “por favor” ou “desculpa” ou palavras amigáveis parecidas com estas.
Certamente, há várias outras dicas que podem fazer com que a liderança seja ainda mais efetiva, só que se praticarmos o que está escrito acima nós certamente iremos eliminar alguns ruídos de comunicação e, principalmente, estaremos criando verdadeiros vínculos de respeito e empatia com as pessoas da equipe.