Por Fabiano Goldacker

 

Fala-se muito sobre a importância de comemorarmos nossas conquistas, o que é muito importante tendo em vista, principalmente, o quanto batalhamos para vencermos alguns desafios e atingirmos determinados objetivos. Fala-se também que o ato de comemorar é uma declaração ao Universo de que gostamos do resultado e de que estamos prontos para recebermos mais. Parece algo mágico, mas não é. É algo bem prático, que tem uma explicação bem simples.

O fator principal da comemoração é o reconhecimento, pois quando celebramos algo estamos reconhecendo a grande importância que aquilo que está sendo celebrado tem para as pessoas envolvidas. No contexto organizacional, comemorar é reconhecer o esforço da equipe em prol dos resultados atingidos. Isso é algo muito poderoso, pois reconhecer e comemorar a conquista de uma equipe depois de tanto esforço é o principal fator motivador dos esforços futuros.

A comemoração tem um poderoso efeito sobre a equipe, pois é a manifestação genuína da satisfação pelo que foi conquistado. É a hora de todos reconhecerem que os esforços valeram a pena e de todos assumirem que fariam tudo novamente. Quando se comemora a conquista de um objetivo nobre, alcançado por meios legítimos, essa energia positiva é retroalimentada para o próximo desafio pois gostamos de ser reconhecidos. Gostamos de receber um agradecimento. É comum, inclusive, ver pessoas ficarem sem reação quando um líder lhe agradece de forma sincera pelos seus esforços – porque talvez não esperasse esse reconhecimento. Quando isso acontece conosco, a tendência é que a gente continue agindo positivamente para com aqueles que nos reconhecem.

Muitas pessoas optam – conscientemente ou não – por não comemorar. Algumas fazem essa opção porque não conseguem reconhecer motivos para fazer uma comemoração, embora eles existam. Outras não comemoram porque entendem que o que foi conquistado não passava de um obrigação individual ou da equipe. Outras, ainda, acham que comemorar as conquistas é sinônimo de exibicionismo desnecessário ou arrogância. Naturalmente, não é dessa forma que devemos agir quando comemoramos, mas de fato é muito tênue a linha entre a arrogância/ego/exibicionismo e a comemoração genuína. É muito fácil escorregar para o lado negativo da comemoração. Então, recomenda-se observar cuidadosamente os motivos e a forma como celebramos nossos resultados.

Importante lembrar também que as comemorações têm efeito mais forte quando feitas em conjunto, quando envolvemos e celebramos com mais pessoas. Mesmo que as pessoas com quem celebramos não tenham participado do processo, comemorar a conquista junto de alguém é uma forma de declarar a importância da presença dessa pessoa num momento tão nobre e também de declarar o quanto você está feliz pela conquista. É como diz o filósofo Mario Sergio Cortella:

 

“A palavra comemorar remete quase sempre ao verbo festejar; entretanto, comemorar significa “memorar com outros”, ou, em outras palavras, lembrar junto, o que não implica em ser exclusivamente uma recordação festiva.”

 

Acredito que ao não comemorarmos as conquistas, estamos perdendo uma grande oportunidade de confraternizar, de engajar as pessoas num novo desafio, afinal, a linha de chegada nada mais é do que o ponto de partida para o próximo desafio. Sendo assim, nada melhor que começar um novo desafio comemorando, pois do contrário corremos o risco de fazer com que as conquistas futuras não tenham sentido para muita gente.

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